quinta-feira, dezembro 31, 2009

A desesperança que produz a verdadeira esperança

No caos desse mundo que estamos vivendo, só acredito que haja as melhoras necessárias na política de reassentamento e o devido respeito à vida humana por parte daqueles que detém o poder, depois de ver essas melhoras efetivamente consumadas. Felizmente, há muito perdi a esperança. Felizmente, porque é justamente essa desesperança na esperança de que nossos políticos e dirigentes das mega-ongs como a cáritas façam alguma coisa de bom e de humanitário que me move a continuar lutando. Se eu tivesse a mesma esperança que a maioria do povo sofrido tem, talvez eu já tivesse desistido de lutar.




Para não dizer que sou totalmente desprovido de esperança, eu tenho uma esperança: acredito que a salvação do mundo está nas mãos dos poucos que, como nós, ainda não desistiram de lutar.



No caso dos refugiados, o crime da Acnur-Brasil, da Cáritas e do Conare foi tê-los feito acreditar que teriam tudo o que necessitariam para a adaptação no Brasil, quando honesto seria tê-los dito que dependeriam só de si mesmos. A esperança no cumprimento das promessas feitas antes de os trazerem ao Brasil os fizeram esperar, esperar o que jamais seria cumprido.



Não ter esperança de que a burocracia produza algo de bom e justo é o que nos faz mover para as mudanças necessárias rumo a um mundo mais racional e humanitário, na medida em que nos obriga a assumir as rédeas do nosso destino, nos permite adquirir autonomia e nos preparamos para enfrentar e superar as dificuldades.

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