quinta-feira, dezembro 31, 2009

A desesperança que produz a verdadeira esperança

No caos desse mundo que estamos vivendo, só acredito que haja as melhoras necessárias na política de reassentamento e o devido respeito à vida humana por parte daqueles que detém o poder, depois de ver essas melhoras efetivamente consumadas. Felizmente, há muito perdi a esperança. Felizmente, porque é justamente essa desesperança na esperança de que nossos políticos e dirigentes das mega-ongs como a cáritas façam alguma coisa de bom e de humanitário que me move a continuar lutando. Se eu tivesse a mesma esperança que a maioria do povo sofrido tem, talvez eu já tivesse desistido de lutar.




Para não dizer que sou totalmente desprovido de esperança, eu tenho uma esperança: acredito que a salvação do mundo está nas mãos dos poucos que, como nós, ainda não desistiram de lutar.



No caso dos refugiados, o crime da Acnur-Brasil, da Cáritas e do Conare foi tê-los feito acreditar que teriam tudo o que necessitariam para a adaptação no Brasil, quando honesto seria tê-los dito que dependeriam só de si mesmos. A esperança no cumprimento das promessas feitas antes de os trazerem ao Brasil os fizeram esperar, esperar o que jamais seria cumprido.



Não ter esperança de que a burocracia produza algo de bom e justo é o que nos faz mover para as mudanças necessárias rumo a um mundo mais racional e humanitário, na medida em que nos obriga a assumir as rédeas do nosso destino, nos permite adquirir autonomia e nos preparamos para enfrentar e superar as dificuldades.

domingo, dezembro 27, 2009

A Justiça na UTI

Por Janice Agostinho Barreto Ascari - procuradora regional da República
e ex-conselheira do Conselho Nacional do Ministério Público

Folha de São Paulo


Após sucessivas intervenções jurídicas incomuns encontra-se agonizando,

em estado grave, um dos mais escabrosos casos de corrupção e crimes de

colarinho branco de que se teve notícia no Brasil.



A Operação Satiagraha surpreendeu o País. Nem tanto pelos crimes

(corrupção, lavagem de dinheiro e outros), velhos conhecidos de todos,

mas sim pelas manifestações de autoridades e de instituições públicas e

privadas em defesa dos investigados.



Nunca se viu tamanho massacre contra os responsáveis pela investigação e

julgamento do caso. Em vez do apoio à rigorosa apuração e punição,

buscou-se desacreditar e desqualificar a investigação criminal colocando

em xeque, com ataques vis e informações orquestradas e falaciosas, o

sério trabalho conjunto do Ministério Público Federal e da Polícia

Federal, bem como a atuação da Justiça Federal.



O poder tornou vilões os que sempre se pautaram por critérios puramente

jurídicos e recolocaram a questão no campo técnico, no cumprimento do

dever funcional. Pouco se fala dos crimes e dos verdadeiros réus.

Em julho de 2008, decretou-se a prisão dos investigados pela

possibilidade real de orquestração e destruição de provas.



A prisão preventiva do cabeça da organização foi criteriosamente

determinada em sólida decisão, embasada em documentos e em fatos

confirmados nos autos, como a grande soma de dinheiro apreendida com os

investigados, provando ser hábito do grupo o pagamento de propinas a

autoridades.



Apesar de tantas evidências, o presidente do STF revogou a prisão por

duas vezes em menos de 48 horas. Os fatos criminosos, gravíssimos, foram

ignorados. Pateticamente, o plenário do STF referendou o "HC

canguru" (aquele habeas corpus que pula instâncias) e voltou-se contra o

juiz, mas sem a anuência dos ministros Joaquim Barbosa e Marco Aurélio

-este, aliás, o único que leu e analisou minuciosamente as decisões de

primeiro grau.



Iniciou-se um discurso lendário, inconsequente e retórico para incutir,

por repetição, a ideia da existência de um terrível "Estado

policialesco" e da "grampolândia" brasileira, uma falação histriônica a

partir de um "grampo" que jamais existiu.



Alcançou-se o objetivo de afastar policiais experientes, de trabalho

nacionalmente reconhecido e consagrado: o então diretor da Abin foi

convidado a deixar o cargo; o delegado de Polícia Federal que presidiu o

inquérito foi afastado das funções e corre risco de exoneração.



Outra vertente é aniquilar a atuação da Justiça de 1º grau, afastando o

juiz. Cada decisão técnica, porque contrária aos réus, passou a ser

tachada de arbitrária e parcial. Muitas foram as armadilhas postas para

atacar pessoalmente o juiz e asfixiar a atividade da primeira instância,

por meio de centenas de petições, habeas corpus, mandados de segurança e

procedimentos disciplinares.



No apagar de 2009, duas decisões captaram a atenção da comunidade

jurídica. A primeira, pelo ineditismo: na Reclamação 9324, ajuizada

diretamente no STF, alegou-se dificuldade de acesso aos autos. O juiz

informou ter deferido todos os pedidos de vista. Sobreveio a inusitada

liminar: o ministro Eros Grau determinou que todas as provas originais

fossem desentranhadas do processo (!) e encaminhadas ao seu gabinete.

Doze caixas de provas viajaram de caminhão por horas a fio e agora

repousam no STF.



A segunda foi a liminar dada pelo ministro Arnaldo Esteves Lima (STJ, HC

(JANICE ASCARI) 146796), na véspera do recesso. Por meio de uma decisão

pouco clara e de apenas 30 linhas, apesar da robusta manifestação

contrária da Procuradoria-Geral da República, todas as ações e

investigações da Satiagraha foram suspensas e poderão ser anuladas,

incluindo o processo no qual já houve condenação por corrupção.



A alegação foi de suspeição do juiz, rechaçada há mais de um ano pelo

TRF-3ª Região. Curiosamente, o réu não recorreu naquela ocasião.

Preferiu esperar dez meses para impetrar HC no STJ, repetindo a mesma

tese. As duas decisões são secretas.



Não foram publicadas e não constam dos sites do STF e do STJ. Juntas,

fulminam uma megaoperação que envolveu anos de trabalho sério. Reforçam

a sensação de impunidade para os poderosos, que jamais prestam contas à

sociedade pelos crimes cometidos.



Espera-se que os colegiados de ambas as cortes revoguem as decisões e

permitam o prosseguimento dos processos. A sociedade precisa de

segurança e de voltar a ter confiança na Justiça imparcial, aquela que

deve aplicar a lei a todos, indistintamente.

domingo, novembro 22, 2009

Resistência em Honduras chama a não votar nas eleições

• TEGUCIGALPA. — A Frente Nacional contra o golpe de Estado de Honduras reiterou seu chamado para não votar nas eleições de 29 de novembro próximo, por considerá-las uma tentativa para legitimar a ditadura golpista.



Segundo a PL os membros da resistência voltaram a reunir-se nesta segunda-feira na praça La Merced, próxima do Palácio Legislativo, para exigir a restituição da ordem constitucional e do presidente legítimo Manuel Zelaya.



O coordenador geral da Frente Juan Barahona, insistiu em queas eleições, organizadas pelos que usurparam o poder mediante as armas, são ilegais e fraudulentas.



Barahona assegurou que a mobilização prosseguirá nas ruas até conseguir a restauração da ordem democrática, a devolução ao poder de Zelaya, e a convocatória para uma Assembleia Nacional Constituinte.



Desde início deste mês os membros das forças populares e políticas da Frente realizam cada dia uma manifestação ante a sede do Congresso, responsável por decidir a restituição ou não do estadista, e condenam a cumplicidade dos deputados com o golpe militar e suas pretensões de validar a ruptura da ordem constitucional mediante as eleições ilegais de domingo 29.



Barahona ratificou que nenhum membro da resistência acudirá às urnas esse dia, pois eles não têm candidatos nessas eleições. •

segunda-feira, novembro 16, 2009

Liberdade para Cesare Battisti. Não à extradição de refugiados. Não à criminalização de militantes políticos.

Porque os partidos de esquerda estão silenciando sobre a ameaça de extradição do revolucionário e escritor Césare Battisti?


Será que não estão percebendo a gravidade do precedente que abriria para a extradição de todos os refugiados hoje no Brasil? Será que não se deram conta de que a extradição de Cesare Battisti, sendo acusado falsamente de crimes comuns, aprofundará a criminallização e perseguição de todos os militantes e movimentos sociais que combatem o capitalismo?

1 – O escritor Italiano Cesare Battisti não cometeu nenhum assassinato. Os assassinatos atribuídos a ele ocorreram no mesmo dia a mais de quinhentos quilômetros de distância um do outro, o que tornaria o crime impossível.

Além disso, o irmão de um dos mortos defendeu que o assassino não era em hipótese nenhuma Cesare, mas um sujeito alto moreno. Além disso, Cesare foi bode expiatório de um processo que utilizou torturas e delações premiadas.

2 – Nos anos 70, para conter o avanço dos movimentos sociais, como parte da estratégia de tensão da Guerra Fria, o governo Italiano se auto-inflingia ataques violentos e culpava os ativistas de esquerda,
encarcerando centenas de lideranças populares e fazendo perseguições em massa. Tratava-se de uma ditadura disfarçada de democracia. Battisti foi mais um dos presos políticos vítimas dessa cruel política dos poderosos de calar a boca dos movimentos sociais.

3 – Battisti foi reconhecido como refugiado político pela França de Mitterrand, e a Itália não questionou isso. Ao questionar que ele tenha refúgio político no Brasil, a Itália desrespeita a soberania nacional do Brasil e nos trata como “república de bananas”.

4 – Battisti está sendo tratado como preso comum, mas na verdade ele é um preso político. Ele escreveu diversos livros na França, onde denunciava as perseguições políticas e a ditadura disfarçada de democracia nos anos 70 da Itália. Estão tentando calar este homem por ter denunciado tudo isso.

5 – Em Janeiro o Ministro da Justiça, Tarso Genro, deu a ele o status de refugiado político, e o judiciário está passando por cima disso, ao querer impor a extradição dele para a Itália. Ele devia estar em liberdade, e está preso ilegalmente.

6 – Battisti na verdade está sendo vítima de um cruel processo onde ele é usado como bode expiatório do governo fascista de Berlusconi, que encena um grande espetáculo para ganhar votos e desviar a atenção popular da crise. A grande mídia crucifica este homem e tenta fazer a cabeça da população, tratando-o como um monstruoso criminoso, quando na verdade ele é um escritor e ativista político perseguido porque incomoda o sistema.

7 – Battisti é defendido por muitos ativistas de diversos países do mundo todo. Ele é mais um perseguido político, como Olga Benário, que foi entregue por Getúlio ao Hitler. A luta pela libertação de Battisti é a
luta pela liberdade política.

8 – No Brasil vigora a lei de Anistia, portanto, manter Battisti preso e extraditá-lo significa permitir perseguições políticas no Brasil e abre um precedente perigoso para perseguir e criminalizar os movimentos e lutadores sociais no Brasil, como já vem acontecendo. Abre precedentes perigosos para os direitos fundamentais e liberdades políticas, de opinião e de expressão.

Portanto, somos pela imediata libertação do escritor Cesare Battisti, um homem inocente e perseguido político, e que o poder Executivo do Governo Federal o liberte e lhe dê o asilo e refúgio político. Isso é o mínimo que deve fazer um país que diz defender os princípios de liberdade e democracia.

Não podemos permitir que um homem seja usado como bode expiatório num processo absurdo e fascista, para fazer espetáculo num momento em que a crise, barbárie e desagregação do sistema capitalista atingem milhões de pessoas em todo o mundo, ameaçando o futuro da humanidade.

Vamos todos agir, antes que seja tarde!

quarta-feira, novembro 11, 2009

Cesare Battisti: Fim da fuga ou continuidade da luta?

Há mais de dois anos e meio Cesare Battisti está preso no Brasil. É estranho que grande parte da esquerda não tenha atentado para a volta às trevas que isso representa, da mesma forma como se levantaram, e com razão, no caso Geisy Arruda/Uniban.

Às 14h de quinta-feira reiniciará o julgamento sobre a extradição de Cesare Battisti no STF.

Cesare Battisti está em forte depressão. Não consegue comer nada há mais de uma semana, tendo perdido mais de cinco quilos. Fará quase um ano que lhe foi concedido refúgio político por quem de direito na nossa democracia formal: o Ministro da Justiça. Em todos os casos anteriores, o processo de extradição foi imediatamente arquivado, como manda a Constituição.

Há mais de dois anos e meio Cesare Battisti está preso no Brasil.

Hoje já não são apenas aqueles que se solidarizam com ele que declaram a ilegalidade da sua prisão e o fato de ele ser um preso político. O Ministro do STF Joaquim Barbosa declarou em bom som que ele é mantido preso ilegalmente, e o Ministro da Justiça Tarso Genro afirmou com todas as letras que “o Brasil tem um preso político”.

Os abutres esperam, e querem se beneficiar do retrocesso político e humanitário que o conservadorismo encastelado no STF tenta impor, e de certa forma já conseguiu, dando brecha para que todos os refúgios políticos concedidos no país sejam questionados e anulados. São os jornais de hoje que dizem que vários Estados, entre eles a Colômbia, já preparam pedidos de revisão de refúgios.

Representante do Alto Comissariado para Refugiados da ONU (Acnur), o membro da Anistia Internacional Carlos Lungarzo, entre outros, já vêm alertando que a autorização de extradição de Battisti por parte do STF seria um golpe contra o instituto do asilo/refúgio político, com possíveis repercussões negativas também em outros países. Ou seja, um retrocesso de décadas e décadas em termos de conquistas humanas e políticas.

O estranho é que até agora grande parte dos movimentos sociais e grupos de esquerda não tenham se atentado para a volta às trevas que isso representa, da mesma forma como se levantaram tão recentemente no caso Geisy Arruda/Uniban.

Cesare Battisti se tornou troféu de Berlusconi, e mais uma oportunidade para os setores mais conservadores da sociedade brasileira tentarem criar uma crise institucional e desafiarem o Executivo. Passam por cima dos fatos, leis e jurisprudências. Moralmente, terão que responder às 13 perguntas feitas pela escritora Fred Vargas sobre os erros factuais do relatório do Ministro Cezar Peluso (veja aqui). Mas evidentemente moral lhes falta.

E os que tentam extraditar Battisti ao mesmo tempo tentam construir a jurisprudência de que a última palavra é do STF e não do Presidente da República – usurpando mais uma decisão política do Executivo. Nas últimas semanas, jornalistas alinhados e defensores jurídicos do Estado italiano jogaram mais uma carta na mesa: afirmam que na primeira parte do julgamento, no dia 9 de setembro, já ficara decidido pela ilegalidade do refúgio, algo que evidentemente não ocorreu uma vez que a votação não se encerrou. Ou seja, tentam ganhar até mesmo no “grito”, como se diz na gíria.

Enquanto isso, mais um preso se suicida nas prisões italianas, uma ex-membro das Brigadas Vermelhas.

Até quando a tal sociedade civil, que se levantou prontamente quando o avanço proto-fascista se dava através das atitudes de estudantes de uma universidade e da sua direção, ficará adormecida quando esse mesmo retrocesso vem através da grande imprensa, de fortes setores do Judiciário e do Estado italiano?

A doutora Sitgraves, especializada em asilo e imigração, que, como outros 238 juízes especializados, julga casos de pedido de asilo nas fronteiras, recusou-se a extraditar para Itália Rosário Gambino, um mafioso arqui-perigoso. Por que dona DD. Sitgraves se recusou a fazer isto, sendo que é considerada umas das mais duras falconettes da justiça americana e um verdadeiro terror dos asilos, aos quais rejeita numa proporção de 71%? A resposta pode surpreender a alguns. Ela afirmou numa roda de jornalistas:

“As coerções às quais as prisões italianas submetem os prisioneiros, não tem nada a ver com sanções ou punições legais. Nada mais é que tortura!” (retirado do artigo de Carlos Lungarzo, «Battisti e Benário»). Passa Palavra

http://passapalavra.info/?p=14701

domingo, novembro 08, 2009

Mafia sojera rocía con veneno a toda una comunidad indígena

Un horrendo crimen sacude al país. El día de ayer, un grupo de sojeros brasileños y paraguayos roció con veneno desde un avión a toda una comunidad de indígenas ava guaraní, ubicada en el distrito de Ytakyry del Alto Paraná.

El repudiable hecho ocurrió en el marco de un conflicto por las tierras donde están asentados legítimamente nuestros hermanos nativos. Hasta el momento, según fuentes periodísticas, existen alrededor de 217 personas intoxicadas, de las cuales seis están internadas en Ciudad del Este.

Los sojeros, primeramente, intentaron desalojar a los indígenas por medio de matones armados. Los indígenas resistieron valiéndose de sus arcos y flechas con tal determinación que los guardias privados tuvieron que retroceder. Ante esta situación, los sojeros sacaron a relucir todo su odio, ensañamiento y desprecio total por la vida de aquellos humildes luchadores. Al estilo Hiroshima y Nagasaki, estos cobardes asesinos hicieron sobrevolar un avión rociando potentes agrotóxicos sobre niños, mujeres, ancianos y toda la comunidad.

Parece increíble, pero es real. Este crimen es una demostración más de que los ricos y privilegiados de este país son capaces de todo a la hora de proteger o aumentar sus posesiones. Para ellos, quienes defienden sus derechos luchando y amenazan su dominación, son peligrosas plagas a las que hay que exterminar. Si para esto consideran necesario envenenar masivamente, lo harán sin vacilar.

Desde la Asociación de Agricultores del Alto Paraná (ASAGRAPA), condenamos este crimen y exigimos al gobierno de Lugo-PLRA que tome todas las acciones necesarias que conduzcan a un castigo ejemplar para los autores de este intento de homicidio masivo. Un atentado de este tipo no debe quedar impune.

Lamentablemente no vemos ninguna medida de este gobierno en contra del uso de agrotóxicos ni a favor de los derechos indígenas.

Exigimos medidas firmes y contundentes en contra del latifundio, el agronegocio y el consecuente uso de agrotóxicos. Es preciso poner un freno a las acciones criminales de la mafia sojera, mayormente ligada al narcotráfico, que amedrentan y matan con total impunidad en el campo

¡Exigimos cárcel de manera inmediata para Tité Alfonso y banda de criminales!

Manifestamos nuestra total solidaridad con la causa de los compañeros y compañeras indígenas y les expresamos nuestro apoyo incondicional. Esas tierras son, legítima y legalmente, de esas comunidades y pueblos originarios.

Llamamos a todas las organizaciones campesinas, sociales, sindicales, populares y estudiantiles a denunciar este atropello a todo tipo de DDHH contra nuestros hermanos indígenas y a rodear su lucha de solidaridad activa.

El agronegocio mata, muerte al agronegocio.



Comisión Directiva de ASAGRAPA
Hernandarias, 7 de noviembre de 2009.



Didi
Dirceu Travesso

segunda-feira, outubro 26, 2009

MST e laranjas

O MST é detestado por todos: da direita ruralista à esquerda chavista, passando por tucanos, petistas, psolentos, verdes, azuis e amarelos. Mesmo os que fingem apoiar o MST o detestam.

Isso porque há uma antipatia ancestral e inata contra o MST, esse arquétipo de nosso inconsciente coletivo, esse cancro irremovível que insiste em nos lembrar, mesmo nos períodos de bonança, que fomos o último país do mundo a abolir a escravidão e continuamos sendo uma porcaria de nação que jamais fez a reforma agrária.

O MST é o espelho que reflete o que não queremos ver.

Há duas questões, na vida nacional, que contradizem qualquer discurso político da boca pra fora e revelam qual é, mesmo, de verdade, a tendência ideologica de cada um de nós, brasileiros: a violência urbana e o MST.. Diante deles, aqueles que até ontem pareciam ser os mais democráticos e politicamente esclarecidos passam a defender que se toque fogo nas favelas, que se mate de vez esse bando de baderneiros do campo, PORRA, CARAJO, MIERDA, MALDITOS DIREITOS HUMANOS!

O MST nos faz atentar para o fato de que em cada um de nós há um Esteban de A Casa dos Espíritos; há o ditador, cuja existência atravessa os séculos, de que nos fala Gabriel García Márquez em O Outono do Patriarca; há os traços irremovíveis de nossa patriarcalidade latinoamericana, que indistingue sexo, raça, faixa etária ou classe social:

O MST é o negro amarrado no tronco, que chicoteamos com prazer e volúpia.

O MST é Canudos redivivo e atomizado em pleno século XXI.

O MST é a Geni da música do Chico Buarque - boa pra apanhar, feita pra cuspir – com a diferença de que, para frustração de nossa maledicência, jamais se deita com o comandante do zeppelin gigante.

E, acima de tudo, O MST é um assassino de laranjas!

E ainda que as laranjas fossem transgênicas, corporativas, grilheiras, estivessem podres, com fungos, corrimento, caspa e mau hálito, eles têm de pagar pela chacina cítrica! Chega de impunidade! Como o João Dória Jr., cansei!

Jornalismo pungente

Afinal, foi tudo registrado em imagens – e imagens, como sabemos, não mentem. Estas, por sua vez, foram exibidas numa reportagem pungente do Jornal Nacional - mais um grande momento da mídia brasileira, merecedora, no mínimo, do prêmio Pulitzer. Categoria: manipulação jornalística. Fátima Bernardes fez aquela cara de dominatrix indignada; seu marido soergueu uma das sobrancelhas por sob a mecha branca e, além dos litros de secreção vaginal a inundar calcinhas em pleno sofá da sala, o gesto trouxe à tona a verdade inextricável: os “agentes“ do MST são um bando de bárbaros..

(Para quem não viu a reportagem, informo,a bem da verdade, que ela cumpriu à risca as regras do bom jornalismo: após uns dez minutos de imagens e depoimentos acusando o MST, Fátima leu, com cara de quem come jiló com banana verde, uma nota de 10 segundos do MST. Isso se chama, em globalês, ouvir o outro lado.)

Desde então, setores da própria esquerda cobram do MST sensatez, inteligência, que não dirija seu exército nuclear assassino contra os pobres pés de laranja indefesos justo agora, que os ruralistas tentam instalar, pela 3ª vez, como se as leis fossem uma questão de tanto bate até que fura, uma CPI contra o movimento (afinal, é preciso investigar porque o governo “dá” R$155 milhões a “entidades ligadas ao MST”, mesmo que ninguém nunca venha a público esclarecer como obteve tal informação, como chegou a esse número, que entidades são essas nem qual o grau de sua ligação com o MST: O Incra, por exemplo, está nessa lista como ligado ao MST?).

A insensatez dos miseráveis

Ora, o MST é um movimento social nascido da miséria, da necessidade e do desespero. Eles estão em plena luta contra uma estrutura agrária arcaica e concentradora. Não se pode esperar sensatez de movimentos sociais da base da pirâmide social, que lutam por um direito básico do ser humano.. Pelo contrário: é justamente a insensatez, a ousadia, a coragem de desafiar convenções que faz do MST um dos únicos movimentos sociais de fato transgressores na história brasileira. Pois quem só protesta de acordo com os termos determinados pelo Poder não está protestando de fato, mas sendo manipulado. Se os perigosos agentes vermelhos do MST tivessem sensatez, vestiriam um terno e iriam para o Congresso fazer conchavos, não ficariam duelando com moinhos de vento, digo, pés de laranja.

Mas é justamente por isso que o MST incomoda a tantos: ele, ao contrário de nós, ousa desafiar as convenções: ele é o membro rebelde de nossa sociedade que transgride o tabu e destroi o totem. Portanto, para restituição da ordem capitalista/ patriarcal e para aplacar nossa inveja reprimida, ele tem de ser punido. Ele é o outro.Quantos de nós já se perguntaram como é viver sob lonas e gravetos – em condições piores do que nas piores favelas -, à beira das estradas, em lugares ermos e remotos, sujeito a ataques noturnos repentinos dos tanto que os detestam? Quantos já permaneceram num acampamento do MST por mais do que um dia, observando o que comem (e, sobretudo, o que deixam de comer), o que lhes falta, como são suas condições de vida?

Poucos, muito poucos, não é mesmo? Até porque nem a sobrancelha erótica do Bonner nem o olhar-chicote da Fátima jamais se interessaram pelo desespero das mães procurando, aos gritos, pelos filhos enquanto o acampamento arde em fogo às 3 da madrugada, nem pelas crianças de 3,4 anos que amanhecem coberta de hematomas dos chutes desferidos pelos jagunços invasores, ao lado do corpo de seus pais, assassinados covardemente pelas costas e cujo sangue avermelha o rio.

Para estes, resta, desde sempre, a mesma cova ancestral, com palmos medidas, como a parte que lhes cabe neste latifúndio.

Para a mídia, pés de laranja valem mais do que a vida humana, quero dizer, a vida subumana de um miserável que cometeu a ousadia suprema de lutar para reverter sua situação.

Mas os bárbaros, claro está, são o MST.

Por isso, haja o que houver, o MST é o culpado.

Maurício Caleiro

quarta-feira, outubro 07, 2009

Quanto será que a Cutrale

Cutrale usa terras griladas em São Paulo 6 de outubro de 2009

Cerca de 250 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) permanecem acampadas desde a semana passada (28/09), na fazenda Capim, que abrange os municípios de Iaras, Lençóis Paulista e Borebi, região central do Estado de São Paulo. A área possui mais de 2,7 mil hectares, utilizadas ilegalmente pela Sucocítrico Cutrale para a monocultura de laranja - o que demonstra o aumento da concentração de terras no país, como apontou recentemente o censo agropecuário do IBGE.

A área da fazenda Capim faz parte do chamado Núcleo Monções, um complexo de 30 mil hectares divididos em várias fazendas e de posse legal da União. É nessa região que está localizada a fazenda da Cutrale, e onde estão localizadas cerca de 10 mil hectares de terras públicas reconhecidas oficialmente como devolutas, além de 15 mil hectares de terras improdutivas.

A ocupação tem como objetivo denunciar que a empresa está sediada em terras do governo federal, ou seja, são terras da União utilizadas de forma irregular pela produtora de sucos. Além disso, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) já teria se manifestado em relação ao conhecimento de que as terras são realmente da União, de acordo com representantes dos Sem Terra em Iaras.

Como forma de legitimar a grilagem, a Cutrale realizou irregularmente o plantio de laranja em terras da União. A produtividade da área não pode esconder que a Cutrale grilou terras públicas, que estão sendo utilizadas de forma ilegal, sendo que, neste caso, a laranja é o símbolo da irregularidade. A derrubada dos pés de laranja pretende questionar a

grilagem de terras públicas, uma prática comum feita por grandes empresas monocultoras em terras brasileiras como a Aracruz (ES), Stora Enzo (RS), entre outras.

O local já foi ocupado diversas vezes, no intuito de denunciar a ação ilegal de grilagem da Cutrale. Além da utilização indevida das terras, a empresa está sendo investigada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo pela formação de cartel no ramo da produção de sucos, prejudicando assim os pequenos produtores. A empresa também já foi autuada inúmeras vezes por causar impactos ao ecossistema, poluindo o meio ambiente ao despejar esgoto sem tratamento em diversos rios. No entanto, nenhuma atitude foi tomada em relação a esta questão.

Há um pedido de reintegração de posse, no entanto as famílias deverão permanecer na fazenda até que seja marcada uma reunião com o superintendente do Incra, assim exigindo que as terras griladas sejam destinadas para a Reforma Agrária. Com isso, cerca de 400 famílias acampadas seriam assentadas na região. Há hoje, em todo o estado de São

Paulo, 1,6 mil famílias acampadas lutando pela terra. No Brasil, são 90 mil famílias vivendo embaixo de lonas pretas.



Direção Estadual do MST-SP

sábado, outubro 03, 2009

Honduras - Missão denuncia 17 mortos e quatro mil detidos em confrontos

Fonte: Periódico Diagonal ( Madrí - Espanha)

Desde o golpe de Estado de 28 de junho, os confrontos entre civis e as Forças Armadas de Honduras já ocasionaram 17 mortes e mais de quatro mil detenções, além de deixaram 300 feridos em todo o país. Os dados foram divulgados na última sexta (25), em Madrid, pela Missão Internacional de Observação sobre a situação de Direitos Humanos em Honduras.

Dentre os 17 mortos, dez foram assassinados por compassas, quatro em manifestações de ruas, além de dois dirigentes campesinos e um professor. O comunicado da missão, composta por 17 representantes de
vários países, cita detenções em estádios esportivos, feridos retirados de hospitais e levados a presídios e de vistorias em ambulâncias.

A missão registrou mais de quatro mil detenções arbitrárias até o final de agosto. Desse total, 156 menores de 18 anos foram detidos por violarem o toque de recolher. De acordo com o documento, os homens são
punidos com fogo sob os testículos; e as mulheres, com bastões da polícia nos órgãos sexuais.

Segundo a missão internacional, o governo provisório de Roberto Micheletti está detendo, arbitrariamente, líderes das manifestações favoráveis a Zelaya. Os militantes estão sendo torturados e intimidados e o movimento feminista está sofrendo as piores consequências.

De acordo com o informe, a repressão se intensificou desde que Zelaya ingressou no país, no último dia 21, e se abrigou na embaixada brasileira, na capital Tegucigalpa.

O documento ainda contabiliza 300 feridos em todo o país. O governo provisório e as empresas favoráveis ao golpe também estão demitindo trabalhadores que atuam em manifestações de rua. Cerca de 300 pessoas já foram demitidas somente na cidade industrial de San Pedro Sula. Os mais prejudicados são os sindicalistas.

Dentre os últimos detidos, estavam duas crianças, de oito e 12 anos de idade, acompanhadas de seus pais. O Estado está aproveitando o grande número de manifestantes para realizar detenções seletivas e julgamentos coletivos. A justificativa seriam as manifestações populares supostamente ilícitas.

domingo, setembro 20, 2009

O fim do auxilio subsistência da ONU aos refugiados palestinos exige intervenção de pessoas comprometidas com os direitos humanos e solução urgente

O fim do auxilio subsistência da ONU aos refugiados palestinos exige intervenção de pessoas e instituições governamentais e não governamentais, verdadeiramente, comprometidas com os direitos humanos e que não tenham vínculos de amizade com o Conare, Acnur-Brasil, Cáritas ou Associação Antonio Vieira.

Expulsos da Palestina por israelenses, impedidos de refugiar-se nos países árabes vizinhos até que conseguiram refúgio no Iraque, expulsos do Iraque após a queda de Sadan Hussein e ascenção dos xiitas ao poder, impedidos de refugiarem-se na jordânia, barrados na fronteira entre os dois países, na região desértica de Ruweiched, onde formaram o Campo de Refugiados onde permaneceram por cinco longos anos, expulsos do Campo de Ruweished devido ao aviso sobre seu fechamento e agora, refugiados no Brasil, neste, que esperavam ser finalmente o lugar onde reconstruiriam suas vidas.

Esse é um ultraresumido relato da saga de 117 refugiados palestinos que no final de 2007 foram trazidos para o Brasil no chamado Programa de Reassentamento Solidário, num convênio “ultrasecreto” e de regras duvidosas e mais do que suspeitas entre o governo brasileiro (através do CONARE), a ACNUR-Brasil, a Cáritas Brasileira e a Associação Antonio Vieira (ASAV).

Mas, infelizmente, a transferência desses refugiados para o Brasil não significou o fim do drama, conforme lhes foi prometido, ainda em Ruweished; foi sim a continuação da “nakba” (catástrofe) dessas vidas humanas, longe de acabar se as autoridades brasileiras continuarem a não dar a devida atenção.

O CONARE, a ACNUR-Brasil, a Cáritas e a ASAV provaram total incompetência para atender os refugiados.

Os dois anos de duração do Programa de Reassentamento Solidário, foram dois anos de descaso, maus tratos e misteriosa e cúmplice relação entre essas instituições e entidades que impossibilitaram a adaptação dos palestinos no Brasil e, consequentemente impossibilitaram que pudessem sequer começar a reconstruir suas vidas.

É urgente que outras instâncias do governo brasileiro, independentes do CONARE, da ACNUR-Brasil, da Cáritas e da ASAV, intervenham no caso e apurem com profundidade o por que de tanta negligência. Todas têm responsabilidade no precário atendimento aos refugiados palestinos no Brasil, mas nenhuma assume, nem dá solução. São cúmplices na situação de risco social em que jogaram os refugiados e são recíprocas na defesa umas das outras.

sábado, setembro 19, 2009

Video homenagem a Raquel Corrie

http://videolog.uol.com.br/video.php?id=370231

sexta-feira, setembro 18, 2009

Liberdade para o escritor Cesare Battisti! Um refugiado político ilegalmente preso no Brasil.

O que está em jogo é muito grave.

Pela libertação do ativista e escritor Cesare Battisti, um refugiado político ilegalmente preso no Brasil!

1 – O escritor Italiano Cesare Battisti não cometeu nenhum assassinato. Os assassinatos atribuídos a ele ocorreram no mesmo dia a mais de quinhentos quilômetros de distância um do outro, o que tornaria o crime impossível. Além disso, o irmão de um dos mortos defendeu que o assassino não era em hipótese nenhuma Cesare, mas um sujeito alto moreno. Além disso, Cesare foi bode expiatório de um processo que utilizou torturas e delações premiadas.

2 – Nos anos 70, para conter o avanço dos movimentos sociais, como parte da estratégia de tensão da Guerra Fria, o governo Italiano se auto-inflingia ataques violentos e culpava os ativistas de esquerda, encarcerando centenas de lideranças populares e fazendo perseguições em massa. Tratava-se de uma ditadura disfarçada de democracia. Battisti foi mais um dos presos políticos vítimas dessa cruel política dos poderosos de calar a boca dos movimentos sociais.

3 – Battisti foi reconhecido como refugiado político pela França de Mitterrand, e a Itália não questionou isso. Ao questionar que ele tenha refúgio político no Brasil, a Itália desrespeita a soberania nacional do Brasil e nos trata como “república de bananas”.

4 – Battisti está sendo tratado como preso comum, mas na verdade ele é um preso político. Ele escreveu diversos livros na França, onde denunciava as perseguições políticas e a ditadura disfarçada de democracia nos anos 70 da Itália. Estão tentando calar este homem por ter denunciado tudo isso.

5 – Em Janeiro o Ministro da Justiça, Tarso Genro, deu a ele o status de refugiado político, e o judiciário está passando por cima disso, ao querer impor a extradição dele para a Itália. Ele devia estar em liberdade, e está preso ilegalmente.

6 – Battisti na verdade está sendo vítima de um cruel processo onde ele é usado como bode expiatório do governo fascista de Berlusconi, que encena um grande espetáculo para ganhar votos e desviar a atenção popular da crise. A grande mídia crucifica este homem e tenta fazer a cabeça da população, tratando-o como um monstruoso criminoso, quando na verdade ele é um escritor e ativista político perseguido porque incomoda o sistema.

7 – Battisti é defendido por muitos ativistas de diversos países do mundo todo. Ele é mais um perseguido político, como Olga Benário, que foi entregue por Getúlio ao Hitler. A luta pela libertação de Battisti é a luta pela liberdade política.

8 – No Brasil vigora a lei de Anistia, portanto, manter Battisti preso e extraditá-lo significa permitir perseguições políticas no Brasil e abre um precedente perigoso para perseguir e criminalizar os movimentos e lutadores sociais no Brasil, como já vem acontecendo. Abre precedentes perigosos para os direitos fundamentais e liberdades políticas, de opinião e de expressão.

Portanto, somos pela imediata libertação do escritor Cesare Battisti, um homem inocente e perseguido político, e que o poder Executivo do Governo Federal o liberte e lhe dê o asilo e refúgio político. Isso é o mínimo que deve fazer um país que diz defender os princípios de liberdade e democracia.

Não podemos permitir que um homem seja usado como bode expiatório num processo absurdo e fascista, para fazer espetáculo num momento em que a crise, barbárie e desagregação do sistema capitalista atingem milhões de pessoas em todo o mundo, ameaçando o futuro da humanidade.

Por isso, LIBERDADE PARA CESARE BATTISTI!
Vamos todos agir, antes que seja tarde!
Acesse a campanha pela libertação de Cesare Battisti! Ajude a divulgar isso para todos!

http://passapalavra.info/?tag=cesare-battisti
http://cesarelivre.orghttp://coletivotrinca.wordpress.com

sexta-feira, setembro 11, 2009

Globo e Folha de São Paulo nem disfarçam suas opções contra os que prezam pela liberdade e a usam contra o capitalismo

Qualquer pessoa minimamente inteligente perceberia o tom indisfarçável e quase orgásmico de satisfação nas palavras do ancora do jornal da globo no final da noite de ontem e também no editorial da folha de São Paulo de hoje, pela injustiça a que serviu o supremo tribunal federal negando refúgio ao militante comunista, perseguido por suas opiniões políticas, Cesare Battisti. O âncora do jornal da globo, falou: “o grande derrotado foi o Ministro Tarso Genro...”.
Em verdade, a grande derrota foi para o direito de opinião e para todas as pessoas justas, que lutam contra as injustiças do estado capitalista.
O tom dado pelo âncora do jornal da globo e pelo editorial da Folha, não conseguiu disfarçar o tom de uma vitória pessoal desses próprios jornalistas e qualquer pessoa minimamente inteligente, percebeu isso.
É realmente preocupante para quem preza verdadeiramente pela liberdade de opinião e de expressão a demonização que a direita vem fazendo da esquerda, que fica evidente na postura de pessoas despreziveis que autodenominam-se jornalistas, mas na verdade, não tem da neutralidade e compromisso com a verdade que essa profissão exige.
Há uma semana atrás, foi absolvido pela mesma corte (que deveria ser de justiça) o denunciado e comprovadamente culpado Antonio Palocci. A similaridade no propósito dos dois casos é enorme: ambos os casos, pretenderam ser um recado de advertência da direita capitalista aos que tem a coragem de usar do direito mais legítimo do ser humano que é o direito de expressar-se contra os crimes do capital, a advertência de que condenarão qualquer pessoa que, dentro de seu direito, ouse enfrentar o poder e o capitalismo, mas absolverão os criminosos, desde que esses defendam o poder e o capitalismo.

domingo, agosto 09, 2009

Sugestão de amigo para quem ainda acha que os refugiados palestinos estão bem no Brasil

Tente sentir, por um minuto, a situação do povo palestino que tem de fugir da sua terra, expulso pela força de tiros e bombardeios aéreos, depois de ver familiares e amigos seus serem covardemente trucidados pelo exército extremamente sanguinário de Israel.
Uma vez em fuga (alguns apenas com a roupa do corpo), tenta atravessar a fronteira de um país vizinho, que geralmente, naquela região, fica no meio do deserto, e alguns desses países vizinhos lhe impede a passagem.
Não podendo voltar para não ver assassinados os que restaram vivos de sua família e amigos, estaciona ali e passa a viver por anos, da ajuda humanitária da ONU, suportando temperaturas de mais de cinquenta graus durante o dia e abaixo de zero a noite, sob tendas de dez metros quadrados, sob constante ameaça das monstruosas tempestades de areia, cobras e escorpiões do deserto.
Quando o Brasil o resolve acolher, lhe diz ter toda uma estrutura montada que vai lhe permitir reconstruir a vida.
Depois de desembarcados no Brasil, os dias vão passando, a estrutura prometida não funciona, não sai do papel, conforme prometida. Tentam subsistir por conta própria, com a diferença de que nós, pelo menos, falamos português e ele, o árabe.
Sem a estrutura prometida e um auxilio financeiro insuficiente, no dia a dia, aqui, sua opção mais lógica e priorizar a subsistência em detrimento de frequentar as inadequadas e escassas aulas de português e sofre com a impossibilidade de se comunicar para conseguir um emprego, para comprar algo numa loja, para um atendimento médico e o que antes era uma esperança de vida transforma-se em morte, como de fato se transformou por duas vezes, nesses 22 meses que estão em Mogi e alguns estão doentes e, repito: sem assistência médica. - A estrutura prometida não previu que eles precisariam de tradutores?
Sofre por ter de carregar o estigma de refugiado, sofre com a rejeição de muitos da sociedade local que não conhecem sua história, ou conhece apenas a versão apresentada pelos covardes invasores da sua terra, e por isso o rejeita. Sofre com a rejeição (ainda que velada) de um povo que não conhece seu idioma, sua religião, sua cultura totalmente diferentes da nossa.
Depois, descobre que se tornou refém, durante dez anos proibido de sair do Brasil, no caso de não ser possível se adaptar na nossa sociedade, o que normalmente acontece quando um refugiado de lingua árabe é enviado para um país de lingua latina.
Essa é a saga do povo palestino, a maior etnia de refugiados do mundo, a maior catástrofe humanitária da história, causada pela bestialidade humana. E quem os procurar conhecer, verá que são pessoas respeitosas, gentis e amigas verdadeiras.
Minha sugestão a todos que não conhecem a verdadeira história da catástrofe que vive o povo palestino é que procurem conhecer os refugiados, ouça sua versão para não ficar apenas com a versão dos seus algozes.
Vocês terão nos palestinos os melhores amigos de suas vidas.

sábado, junho 20, 2009

Dia 20 de junho – Dia Mundial do Refugiado. Nada a comemorar. Tudo a lamentar e denunciar.

Imagine que você é alguém que viu membros da sua família e amigos serem trucidados por bombas e tiros e teve que fugir deixando tudo para trás tentando às pressas salvar o que for possível. Imagine que para todo lugar, onde você vá, na tentativa de se proteger encontre pessoas armadas que te odeiam pelo único motivo de você ter nascido numa terra que eles ambicionam, e por isso querem te matar e aos seus. Imagine que você é uma pessoa pacífica, que condena a violência, as armas, o ódio e o que você mais quer é ver as pessoas vivendo solidariamente e em paz e mesmo assim, você, sua família e seus amigos que pensam como você são caçados como bichos. Imagine que o único lugar que lhe sobrou para alojar o que sobrou da sua família e amigos é um deserto, sob tendas de lona de 10 metros quadrados, em meio a cobras, escorpiões, tempestades de areia, temperaturas extremas para cima durante o dia e para baixo durante a noite e nesse lugar você será obrigado a viver por tempo indefinido, contando apenas com a sorte para que os que querem lhe ver morto não lhe encontrem antes do que alguém que lhe queira ajudar. Agora imagine que após anos nessa agonia da espera, alguém chegue lhe prometendo ajuda, lhe prometendo levar para outro país, distante e seguro de toda a violência que há em sua terra, longe das pessoas que querem te matar, um lugar muito bom de se viver, lhe prometendo, documentos, emprego, oportunidades para reconstruir sua vida, assistência médica e odontológica, aulas do idioma da nova terra que lhe está sendo oferecida. Agora, imagine que depois de toda a tragédia do passado de sua vida e do “paraíso” prometido, nesse “paraíso” você se depara com miséria e todo tipo de dificuldade, sem que todas aquelas promessas de uma nova vida, digna, sejam cumpridas, sejam reais e então, você cai na real de que, aqueles que a prometeram, apenas usaram da sua necessidade extrema, da sua ansiedade, do seu maior sonho, da sua esperança de uma vida melhor, para tirarem proveito próprio, uma oportunidade de ascensão política, talvez.

Essa é a situação em que se encontram hoje os palestinos que foram trazidos como refugiados para o Brasil em setembro e outubro de 2007, sendo 57 para Mogi das Cruzes, de um total de 108. Foram trazidos, sem ter a oportunidade de escolher. Aos que se recusavam a vir porque já previam as dificuldades de adaptação, era dito de forma ameaçadora que então eles seriam entregues ao exército da coalisão norte americana ou às milícias que os queriam ver mortos. Chegando aqui, foram separados em localidades distantes, os que não foram trazidos para Mogi foram levados para o Rio Grande do Sul e Paraná. Todos eles falam a lingua inglesa, além da língua árabe, mas não foram levados para algum país de língua inglesa, mas sim para um país de língua portuguesa, e a ajuda prometida não passaram de promessas.

Neste dia 20 de junho, dia dedicado a lembrar os refugiados, minha maneira de homenagear os refugiados palestinos, com quem tenho convivido e visto o quanto são amáveis, agradecidos, amigos e também vulneráveis, é contando essa verdade que não é dita, não é divulgada.

Que a ACNUR, o governo brasileiro e o Cáritas cumpram, com urgência, com suas promessas de lhes dar todas as condições para que possam reconstruir suas vidas, já que aceitaram recebê-los aqui. Os próximos três meses serão cruciais para eles, visto que termina o prazo de dois anos da ajuda de custo irrisória paga pela ACNUR, através do Cáritas Diocesana.

Mauro Rodrigues de Aguiar
Coletivo Libertário Trinca
P.S.: Não sou palestino, sou um brasileiro que tem acompanhado as dificuldades dos palestinos refugiados em Mogi das Cruzes e as mazelas da Cáritas Diocesana.

segunda-feira, junho 08, 2009

Clique aqui e assine a petição on line que exige a contratação de mais empregados para a Caixa

Se você é cliente da Caixa Econômica Federal e não aguenta mais a demora no atendimento.
Se você é empregado da CEF e não aguenta mais ter de trabalhar tanto e mesmo assim continua tendo de se matar de fazer hora extra para conseguir dar conta do trabalho acumulado.
Se você é aprovado nos concursos de 2006 ou 2008 da CEF e não aguenta mais a agonia de tanta espera para ser chamado.

ASSINE ESSE ABAIXO ASSINADO, CLICANDO NO TÍTULO DESSA POSTAGEM.

domingo, abril 19, 2009

Resgatar o verdadeiro significado do dia 1º de maio - Dia dos Trabalhadores



O Dia do Trabalhador, com o passar do tempo foi sendo apropriado e adaptado pela burguesia, a ponto de, nos dias de hoje ser comum ouvirmos a denominação "dia do trabalho" ao invés de Dia do Trabalhador. Essa interpretação errônea foi incutida propositalmente pela burguesia no seio da classe assalariada para desvirtuar o que, verdadeiramente deve significar o dia 1º de maio.

O 1º de maio - DIA DO TRABALHADOR (e não dia do trabalho), deve servir para, primeiramente, prestarmos homenagens póstumas em memória dos oito trabalhadores (Hessois Auguste Spies, diretor do Diário dos Trabalhadores e os sindicalistas Michel Schwab, Adolph Fisher, Albert Parsons, Oscar Neebe, Louis Lingg, Samuel Fielden e George Engel) condenados à morte (mais tarde convertida a pena a prisão perpétua e Neeb a 15 anos de prisão) por liderarem uma greve geral pela redução da jornada de trabalho a oito horas por dia, em 1886. Mesmo descartada a pena de morte, em 11 de novembro de 1887, Spies, Parsons, Fischer e Engel foram enforcados na cadeia de Chicago e Lingg morreu na prisão, e a polícia disse que foi suicídio. O 1º de maio de cada ano deve também ser uma data de revigoração da luta e da consciência de classe dos trabalhadores assalariados. O que não pode ser, é o dia 1º de maio ser transformado em dia de comícios de partidos políticos, com grandes comemorações, mega shows e sorteio de brindes, como faz o pseudo-sindicalismo atual. Esse tipo de idéia sobre o 1º de maio, passada aos trabalhadores, só serve aos interesses ideológicos e econômicos da classe opressora dos trabalhadores.

domingo, abril 05, 2009

Libertem Anarco, imediatamente!

Libertem Anarco, imediatamente!


Era a segunda ou terceira manifestação que eu participava em minha vida.
Acho também que foi a primeira vez que fui àquela cidade.

Foi em 1998 e era um dia de clima instável no Rio de Janeiro.

O motivo da caravana da Universidade Federal de São Carlos: somar-se ao
ato que buscava impedir a privatização da empresa estatal de
telecomunicações, a TELEBRÁS.

Naquele dia tínhamos uma missão muito difícil, pois, apesar de ser uma
manifestação bastante forte, carregávamos uma bandeira que não era
empunhada por quase ninguém além da vanguarda do movimento social
organizado. Fernando Henrique possuía naquele período apoio popular para
suas medidas neoliberais, promovendo verdadeira liquidação das empresas
mais importantes e determinantes para um mínimo grau de soberania política
para o país.

Logo que chegamos à cidade e a quilômetros da Bolsa de Valores do RJ
(local do leilão de privatização da empresa) sentíamos o clima de
repressão construído para nossa manifestação. Prenúncio do que acorreria
minutos depois.

Ainda com metade das pessoas descendo dos ônibus para se integrar ao ato,
vimos perfilar ao nosso lado muitos destacamentos da Tropa de Choque que,
batendo as botas no asfalto e os cacetetes nos escudos, começaram a
marchar em direção à manifestação.

Andamos de costas para nos integrar à manifestação porque, mesmo antes de
cumprimentar os demais companheiros do ato, já precisávamos nos defender
do cacetetes, gás pimenta e demais “utensílios de convencimento” do estado
democrático de direito.

Uma série de fatos aconteceu muito ligeiramente.

Em segundos vimos os policiais derrubando as barracas do acampamento do
MST que foi abrigo dos manifestantes durante a vigília na noite que
precedia o leilão. A polícia, em covardia nada inédita, mas repugnante
como sempre, golpeavam com cacetetes de madeira as mulheres e crianças que
estavam presas embaixo das lonas pretas. Simultaneamente, o caminhão de
som da manifestação era guinchado pela polícia, prendendo toda a
coordenação do ato que estava sobre ele.

Esse foi apenas o início do início de um confronto que durou horas no
centro velho do Rio de Janeiro, nas adjacências da Rua do Ouvidor - foi
buscando uma referência para evitar nossa dispersão que conheci essa
famosa rua.

Quem participou daquela manifestação certamente possui muitas descrições
das ações que realizamos naquele dia durante as horas de enfrentamento com
a polícia. Esta por sua vez não queria somente acabar com a manifestação,
queria humilhar sobremaneira todas as organizações e participantes daquele
momento onde se vendia a preço de casca de banana a TELEBRÁS.

Anarco, que era estudante da UFSCar, com sua câmera em punho, foi um dos
primeiros estudantes que desceram do ônibus. Ele não permaneceu mais que
três minutos no ato, sendo preso depois receber socos e pontapés. Qual foi
o crime que Anarco cometeu? - Lutar com uma máquina fotográfica contra a
privatização da Telebrás.

Anarco foi um dos dois ativistas que foram detidos de nossa delegação de
São Carlos/SP. Outro companheiro também foi J. D., militante à época da
organização O Trabalho/PT.

Esse companheiro inclusive foi preso por ter me defendido de uma ação da
polícia, pois depois de ter entrado em confronto direto com alguns
soldados da Choque, eu fui detido por um policial à paisana que estava
dentro de nossa coluna. Não sei como (sei que foi uma combinação de medo e
coragem) consegui me livrar. Esse P2 então me apontou para um dos
comandantes da Choque que, por sua vez, destacou alguns “Comandos em Ação”
para me prender. Desta vez, mais com medo do que com coragem, me soltei
dos soldados e sai correndo. Nem Usain Bolt me alcançaria naquele dia,
tamanho impulso que o medo havia me dado.

Como os policias foram atrás de mim, J. D. entrou na frente de um deles,
buscando impedir o progresso do policiais. Tamanha era a ânsia em
desmontar o ato que os policiais marcaram J.D. e, depois de uns dez
minutos, voltaram com uma viatura e o prenderam.

Anarco e J.D. forarm detidos e depois liberados.

Na última semana, quase onze anos depois daquela manifestação, meu
camarada João Zafalão, que era o principal dirigente do DCE da UFSCar em
98 (hoje membro da direção executiva da APEOESP pela oposição) me ligou e
me informou que Anarco fora preso e encarcerado na cidade de Araraquara
por julgamento do processo aberto naquela manifestação no dia da
privatização da TELEBRÁS.

Surpresa. Revolta!

A prisão de Anarco é um ataque, dentre outros muitos e não menos
importante, aos movimentos sociais organizados. É parte de uma ação
combinada entre governo e todas as suas instituições para criminalizar
organizações e pessoas que dedicaram e/ou que ainda dedicam esforços para
construir uma nova sociedade.

Nesses anos passados, os trabalhadores mudaram de opinião sobre as
privatizações. Sabem que se entregou para multinacionais empresas
fundamentais e que recebemos em troca altas tarifas e péssimos serviços.
Essa mudança nos dá muito melhores condições de derrotar as privatizações.

Apesar disso, as privatizações ainda continuam. Lula, por exemplo,
privatiza estrada, vende poços de petróleo e, sob a forma de “privatização
branca”, entrega o controle da Petrobrás às empresas privadas.

A prisão de Anarco e a continuidade das privatizações demonstram que a
luta daquela manifestação em 1998 continua sendo muito necessária.

Na verdade, a libertação de Anarco é condição para avançarmos na luta
contra aqueles que estruturam suas vidas sobre a destruição da natureza,
sobre a opressão e o desgraçar de vidas de jovens, mulheres, negros e
homossexuais.

A liberdade de Anarco é parte da luta contra aqueles que vivem às custas
da exploração do suor da classe trabalhadora.



Solidariedade total ao companheiro Anarco!

Nenhuma prisão daqueles que lutam!



JJ

quarta-feira, abril 01, 2009

Triando a máscara da imprensa burguesa brasileira

As manchetes do Golpe
Depois da revelação de que o governo americano patrocinou, com armas e dólares, a implantação da ditadura de 64, um pesquisador se deu ao trabalho de coletar e divulgar na internet uma lista das manchetes e editoriais dos principais jornais brasileiros a partir de 1º de abril de 1964. Confira:

(Editorial do Jornal do Brasil - Rio de Janeiro - 1º de Abril de 1964):
De Norte a Sul vivas à Contra-Revolução
Desde ontem se instalou no País a verdadeira legalidade ... Legalidade que o caudilho não quis preservar, violando-a no que de mais fundamental ela tem: a disciplina e a hierarquia militares. A legalidade está conosco e não com o caudilho aliado dos comunistas”

(O Estado de Minas - Belo Horizonte - 2 de abril de 1964):
“Multidões em júbilo na Praça da Liberdade.
Ovacionados o governador do estado e chefes militares.
O ponto culminante das comemorações que ontem fizeram em Belo Horizonte, pela vitória do movimento pela paz e pela democracia foi, sem dúvida, a concentração popular defronte ao Palácio da Liberdade. Toda área localizada em frente à sede do governo mineiro foi totalmente tomada por enorme multidão, que ali acorreu para festejar o êxito da campanha deflagrada em Minas (...), formando uma das maiores massas humanas já vistas na cidade”

(O Globo - Rio de Janeiro - 2 de Abril de 1964)Os bravos militares
Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares que os protegeram de seus inimigos”
“Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais”


(O Dia - Rio de Janeiro - 2 de Abril de 1964)Carnaval nas ruas
A população de Copacabana saiu às ruas, em verdadeiro carnaval, saudando as tropas do Exército. Chuvas de papéis picados caíam das janelas dos edifícios enquanto o povo dava vazão, nas ruas, ao seu contentamento”


(Tribuna da Imprensa - Rio de Janeiro - 2 de Abril de 1964)Escorraçado“Escorraçado, amordaçado e acovardado, deixou o poder como imperativo de legítima vontade popular o Sr João Belchior Marques Goulart, infame líder dos comuno-carreiristas-negocistas-sindicalistas.
Um dos maiores gatunos que a história brasileira já registrou., o Sr João Goulart passa outra vez à história, agora também como um dos grandes covardes que ela já conheceu”


(Editorial de O Povo - Fortaleza - 3 de Abril de 1964)
“A paz alcançada

A vitória da causa democrática abre o País a perspectiva de trabalhar em paz e de vencer as graves dificuldades atuais. Não se pode, evidentemente, aceitar que essa perspectiva seja toldada, que os ânimos sejam postos a fogo. Assim o querem as Forças Armadas, assim o quer o povo brasileiro e assim deverá ser, pelo bem do Brasil”


(O Globo - Rio de Janeiro - 4 de Abril de 1964)“Ressurge a Democracia !
Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente das vinculações políticas simpáticas ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é de essencial: a democracia, a lei e a ordem.
Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas que, obedientes a seus chefes, demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições”
“Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ter a garantia da subversão, a ancora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada ...”


(Correio Braziliense - Brasília - 16 de Abril de 1964)
Milhares de pessoas compareceram, ontem, às solenidades que marcaram a posse do marechal Humberto Castelo Branco na Presidência da República ...
O ato de posse do presidente Castelo Branco revestiu-se do mais alto sentido democrático, tal o apoio que obteve”


(Editorial do Jornal do Brasil - Rio de Janeiro - 31 de Março de 1973) “Vibrante manifestação sem precedentes na história de Santa Maria para homenagear as Forças Armadas”
“Cinquenta mil pessoas na Marcha Cívica do Agradecimento”


(A Razão - Santa Maria - RS - 17 de Abril de 1964)
Vive o País, há nove anos, um desses períodos férteis em programas e inspirações, graças à transposição do desejo para a vontade de crescer e afirmar-se.
Negue-se tudo a essa revolução brasileira, menos que ela não moveu o País, com o apoio de todas as classes representativas, numa direção que já a destaca entre as nações com parcela maior de responsabilidades”.


O Cruzeiro Extra - 10 de Abril de 1964 - Edição Histórica da Revolução - “Saber ganhar” - David Nasser
“Sabíamos, todos que estávamos na lista negra dos apátridas - que se eles consumassem os seus planos, seríamos mortos. Sobre os democratas brasileiros não pairava a mais leve esperança, se vencidos. Uma razzia de sangue vermelha como eles, atravessaria o Brasil de ponta a ponta, liquidando os últimos soldados da democracia, os últimos paisanos da liberdade”

(Jornal do Brasil, edição de 01 de abril de 1964.)
“Golpe? É crime só punível pela deposição pura e simples do Presidente. Atentar contra a Federação é crime de lesa-pátria. Aqui acusamos o Sr. João Goulart de crime de lesa-pátria. Jogou-nos na luta fratricida, desordem social e corrupção generalizada”.

(O Globo", edição de 07 de outubro de 1984, sob o título: "Julgamento da Revolução".)"Participamos da Revolução de 1964 identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada". Editorial do jornalista Roberto Marinho, publicado no jornal "
31/03/64 – FOLHA DA TARDE – (Do editorial, A GRANDE AMEAÇA)"... cuja subversão além de bloquear os dispositivos de segurança de todo o hemisfério , lançaria nas garras do totalitarismo vermelho, a maior população latina do mundo ..."

31/03/64 – CORREIO DA MANHÃ – (Do editorial, BASTA!): "O Brasil já sofreu demasiado com o governo atual. Agora, basta!"

31/02/64 – JORNAL DO BRASIL – "Quem quisesse preparar um Brasil nitidamente comunista não agiria de maneira tão fulminante quanto a do Sr. João Goulart a partir do comício de 13 de março..."

1o/04/64 – CORREIO DA MANHÃ – (Do editorial, FORA!): "Só há uma coisa a dizer ao Sr. João Goulart: Saia!"

1o/04/64 – ESTADO DE SÃO PAULO – (SÃO PAULO REPETE 32) "Minas desta vez está conosco"... "dentro de poucas horas, essas forças não serão mais do que uma parcela mínima da incontável legião de brasileiros que anseiam por demonstrar definitivamente ao caudilho que a nação jamais se vergará às suas imposições."

02/04/64 – O GLOBO – "Fugiu Goulart e a democracia está sendo restaurada"... "atendendo aos anseios nacionais de paz, tranqüilidade e progresso... as Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de seus direitos, livrando-a do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal".

02/04/64 – CORREIO DA MANHÃ – "Lacerda anuncia volta do país à democracia."

05/04/64 – O GLOBO – "A Revolução democrática antecedeu em um mês a revolução comunista".

05/04/64 – O ESTADO DE MINAS – "Feliz a nação que pode contar com corporações militares de tão altos índices cívicos". "Os militares não deverão ensarilhar suas armas antes que emudeçam as vozes da corrupção e da traição à pátria."

06/04/64 – JORNAL DO BRASIL – "PONTES DE MIRANDA diz que Forças Armadas violaram a Constituição para poder salvá-la!"

09/04/64 – JORNAL DO BRASIL – "Congresso concorda em aprovar Ato Institucional".

10/04/64 – JORNAL DO BRASIL – "Partidos asseguram a eleição do General Castelo Branco".

16/04/64 – JORNAL DO BRASIL – "Rio festeja a posse de Castelo".

18/04/64 – JORNAL DO BRASIL – "Castelo garante o funcionamento da Justiça".

21/04/64 – JORNAL DO BRASIL – "Castelo diminui nível de aumento aos militares". Corte propõe aumento aos militares com 50% menos do que tabela anterior".

07/10/1984 – O GLOBO – (Do editorial, JULGAMENTO DA REVOLUÇÃO) "...Sem o povo não haveria revolução, mas apenas um "pronunciamento" ou "golpe" com o qual não estaríamos solidários". "... nos meses dramáticos de 1968 em que a intensificação dos atos de terrorismo provocou a implantação do AI-5." "...na expansão econômica de 1969 a 1972, quando o produto nacional bruto cresceu à taxa média anual de 10%..." "...naquele primeiro decênio revolucionário, a inflação decrescerá de 96% para 12% ao ano, elevando-se as exportações anuais de 1 bilhão e 300 mil dólares para mais de 12 bilhões de dólares". "... elevando a produção de petróleo de 175 mil para 500 mil barris diários e a de álcool de 680 milhões para 8 bilhões de litros, e simultaneamente aumentar a fabricação industrial em 85%, expandir a área plantada para produção de alimentos com 90 milhões de hectares a mais, criar 13 milhões de novos empregos, assegurar a presença de mais de 10 milhões de estudantes nos bancos escolares, ampliar a população economicamente ativa de 25 milhões para 45 milhões elevando as exportações anuais de 12 bilhões para 22 bilhões de dólares". "... há que se reconhecer um avanço impressionante: em 1964 éramos a quadragésima nona economia mundial, com uma população de 80 milhões de pessoas e renda per capita de 900 dólares; somos hoje a oitava, com uma população de 130 milhões de pessoas, e uma renda média per capita de 2500 dólares". "...Não há memória de que haja ocorrido aqui, ou em qualquer outro país, que um regime de força consolidado há mais de dez anos, se tenha utilizado do seu próprio arbítrio para se auto limitar, extingüindo-se os poderes de exceção, anistiando adversários, ensejando novos quadros partidários, em plena liberdade de imprensa. É esse, indubitavelmente, o maior feito da Revolução de 1964".

Mais algumas manchetes:

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Pesquisa: Clarissa Pont
Encontra-se em: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15896&alterarHomeAtual=1

Folha de São Paulo, 22 de setembro de 1971 - Editorial de Octávio Frias de Oliveira:
"Como o pior cego é o que não quer ver, o pior do terrorismo é não
compreender que no Brasil não há lugar para ele. Nunca ouve. E de
maneira especial não há hoje, quando um governo sério, responsável,
respeitável e com indiscutível apoio popular, está levando o Brasil
pelos seguros caminhos do desenvolvimento com justiça social -
realidade que nenhum brasileiro lúcido pode negar, e que o mundo todo
reconhece e proclama. O país, enfim, de onde a subversão - que se
alimenta do ódio e cultiva a violência - está sendo definitivamente
erradicada, com o decidido apoio do povo e da imprensa, que reflete o
sentimento deste.”

Folha de São Paulo, 17 de fevereiro de 2009: "As chamadas "ditabrandas" - caso do Brasil entre 1964 e 1985 - partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça".

terça-feira, fevereiro 17, 2009

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

OBAMA PRESSIONA LULA A ENTREGAR O PRÉ-SAL A EMPRESAS ANGLO SAXÔNICAS

AEPET - 30/1/2009


O presidente da AEPET, Fernando Leite Siqueira, foi informado, por uma
importante fonte, sobre uma conversa telefônica (cerca de 30 minutos)
entre os presidentes Barack Obama (EUA) e Luiz Inácio Lula da Silva
(Brasil) a respeito do setor petrolífero brasileiro. Segundo a fonte, a
ligação foi de iniciativa do presidente norte-americano, que pressionou
o presidente Lula para que o governo brasileiro suspenda os estudos para
mudanças no atual marco regulatório (Lei 9478/97), empreendidos pela
comissão interministerial, e entregue o pré-sal para um consócio de
empresas petrolíferas anglo-saxônicas, sob liderança das empresas
norte-americanas. A Petrobrás participaria do consórcio como sócia
minoritária. A nação brasileira não pode aceitar tamanho absurdo. O
pré-sal é da União Federal, logo, do povo brasileiro. (Assessoria de
Imprensa da AEPET)

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Férias na Venezuela

Pois é. Estou na Venezuela curtindo minhas merecidas férias e assistindo de "camarote" a esse processo. Nada programado, pura coincidência. Na última hora consegui milhas smiles e estou aqui resgatando um sonho de conhecer ao Caribe venezuelano. Posso testemunhar que a popularidade de Chaves é impressionante e, com certeza, não é só ele que "quer mais dez", o povo também quer. Tenho conversado com taxistas, garçons, guias turísticos, camareiras, passei por favelas. Pasmem, a gasolina aqui custa 10 centavos de dólar e isso se reflete no número de carros em excesso. Quem lucrava antes com o petróleo? Bingo para quem pensou nos EUA e na burguesia local. O apoio de Fidel e Rafael Correa é muito bem visto. Os médicos cubanos estão espalhados pelas favelas de Caracas para atender a população carente e aos milhares de peruanos, colombianos dentre outros que aqui se refugiam em busca de melhores dias. Encontrei até argentinos.

Democracia também é isso. É aceitar que cada nação escolha seu próprio caminho. Assisti a uma entrevista de Rafael Correa onde, em apoio a Chaves, mandava um recado aos "imperialistas" dizendo "- Nos deixem em paz". O que não é democrático é mandar tropas para o Iraque, Haiti ou manter uma base militar em Guantanamo, à revelia de seu povo. Na Inglaterra tem rainha e tem gente que diz que isso é democracia. Bush governou por 8 anos numa "eleição" (sic) fraudada e tem gente que diz que isso é democracia.. . Fala sério...

Adelaide

de Caracas

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Sarau - "PALESTINA LIVRE"

Muito se tem visto, lido e ouvido pelos meios de comunicação de massa mundiais os horrores dos bombardeios israelenses sobre o povo palestino, homens, mulheres e crianças que vivem confinados na Faixa de Gaza, pequeno território de 360 Km2, pequeno para uma população de mais de 1 milhão e trezentos mil palestinos que lá vivem, cercada pelo território de Israel a norte e leste, ao sul pelo Egito e a oeste banhado pelo Mar Mediterrâneo.

Quer conhecer mais sobre a história e a cultura do povo palestino, compareça no Sarau "PALESTINA LIVRE" que o Coletivo Libertário Trinca estará promovendo no dia 14/02/09, das 16 às 22 horas, na sub-sede da APEOESP de Mogi das Cruzes - Rua Hamilton Silva e Costa, nº 427 - Mogilar.

Teremos no início uma roda de conversa com refugiados palestinos no Brasil, para melhor entendermos a difícil realidade dos refugiados e depois haverão apresentações de música, dança, poesia, fotografias, vídeos e ainda se poderá saborear um pouco da culinária palestina.

Objetivo
O objetivo do Coletivo Libertário Trinca com a realização do Sarau, além de denunciar o descaso dos governos para com os refugiados, é proporcionar aos brasileiros a oportunidade de conhecer de perto a realidade dos refugiados palestinos, especialmente os que vivem hoje em Mogi das Cruzes, e principalmente, proporcionar aos brasileiros a oportunidade de cada um de nós perceber de que forma podemos ajudá-los na difícil adaptação em terras tão distantes e de cultura e idioma tão diferentes e, mais do que isso, de que forma podemos nos engajar na sua luta a partir do conhecimento da sua causa.

COMPAREÇA.

domingo, fevereiro 01, 2009

EVENTO: Sarau "PALESTINA LIVRE"

Convite aos amigos

Se vocês querem saber mais sobre a história do povo palestino e prestar apoio e solidariedade à causa desse sofrido povo que, expulso de sua pátria, pela violência das armas do estado israelense, vive como refugiado pelo mundo e até mesmo em sua própria terra, compareça ao Sarau "PALESTINA LIVRE", organizado pelo Coletivo Libertário Trinca.


Dia 14 de Fevereiro, sábado, na APEOESP de Mogi das Cruzes, das 16 às 22 horas.

O sarau terá música, poesia, comida e vídeos palestinos e ainda bar, debate com refugiados palestinos e exposição de fotos gentilmente cedidas pela fotógrafa inglesa Jennifer Balcombe, feitas na Faixa de Gaza.

Participe! Ajude esta luta!

APEOESP Mogi das Cruzes
Rua Hamilton Silva Costa, 427, Mogilar, Mogi das Cruzes - SP (Essa rua começa na passagem de nivel das estação CPTM de Mogi das Cruzes e segue sentido bairro Mogilar)


organização: Coletivo Libertário Trinca

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Atividade em prol da causa palestina


Segue o blog Liberdade Palestina - uma mídia alternativa sobre o conflito
em Gaza, organizada pelo Coletivo Trinca. Temos um programa de rádio
organizado pelo nosso companheiro Wagner, no blog.
Acessem! E ajudem a divulgar!
Abração!


http://liberdadepalestina.blogspot.com/

http://coletivotrinca.wordpress.com/


No dia 14 de fevereiro de 2009, das 16:00h às 22:00h, haverá um sarau em
pról da causa Palestina, na sub-sede da APEOESP de Mogi das Cruzes, que fica na Rua
Hamilton Silva Costa, 427, Mogilar, tanto para divulgar a bela cultura palestina como para trazer à tona a discussão sobre a causa e também para apoiar os palestinos residentes em Mogi das Cruzes, que não têm recebido o apoio devido por parte das autoridades da cidade.

Entrada gratuita!

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Viva o Povo Palestino e o Hamas!

As terras onde hoje está o estado de Israel, foi até sessenta anos atrás a pátria dos palestinos. Israel, com o apoio dos Estados Unidos, nestes últimos sessenta anos, desde que expulsou os palestinos de suas terras para delas apropriar-se e fundar o estado israelense, vem, covardemente através da força, confinando o povo palestino cada vez mais, num espaço cada vez menor, ou seja, na chamada “Faixa de Gaza”, com 365 km2, onde se amontoam mais de 1 milhão e quinhentos mil pessoas.

As notícias divulgadas pela grande mídia atribuem ao Hamas a culpa pelo conflito, mas a verdade é que o Hamas jamais teria sido criado se não fosse a necessidade de defender em armas a vida do povo palestino da crueldade dos governos israelenses que se sucederam, sempre expulsando de forma violenta, utilizando seu poderoso aparato bélico, os palestinos de suas terras e destruindo suas casas utilizando enormes tratores, mesmo com as famílias dentro.

Sentiu o drama, a tragédia do povo palestino? Então. O que você faria se estivesse no lugar de qualquer um dos palestinos que hoje vive na faixa de gaza e não tivesse a menor condição de fugir do poderio bélico israelo/estadunidense? Esperaria a morte chegar passivamente ou enfrentaria as forças de Israel?