terça-feira, dezembro 09, 2008

Outra visão sobre a crise - O Mundo em que vivemos

Tomei a liberdade, de reproduzir aqui o texto que segue abaixo que recebi por e-mail. Não conheço o autor, mas nem precisa, vocês verão o por que.

Texto do Neto, diretor de criação e sócio da Bullet, sobre a crise mundial.

"Vou fazer um slideshow para você.
Está preparado?
É comum, você já viu essas imagens antes.
Quem sabe até já se acostumou com elas.
Começa com aquelas crianças famintas da África.
Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele.
Aquelas com moscas nos olhos.
Os slides se sucedem.
Êxodos de populações inteiras.
Gente faminta.
Gente pobre.
Gente sem futuro.
Durante décadas, vimos essas imagens.
No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto.
Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados.
São imagens de miséria que comovem.
São imagens que criam plataformas de governo.
Criam ONGs.
Criam entidades.
Criam movimentos sociais.
A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá sensibiliza.
Ano após ano, discutiu-se o que fazer.
Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta.
Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o problema da fome no mundo.
Resolver, capicce?
Extinguir.
Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta.
Não sei como calcularam este número.
Mas digamos que esteja subestimado.
Digamos que seja o dobro.
Ou o triplo.
Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.
Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse.
Não houve documentário, ONG, lobby ou pressão que resolvesse.
Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia. Bancos e investidores.

Como uma pessoa comentou, é uma pena que esse texto só esteja em blogs e não na mídia de massa, essa mesma que sabe muito bem dar tapa e afagar.
Se quiser, repasse, se não, o que importa? O nosso almoço tá garantido mesmo..."

quinta-feira, setembro 25, 2008

Greve SIM, por tempo indeterminado e não de um só dia, palanque eleitoral NÃO

Vamos sim fazer a greve, e não só no dia 30, mas A PARTIR DO DIA 30, POR TEMPO INDETERMINADO, porque precisamos e porque essa luta é nossa e só nossa, e não dos sindicalistas da contraf/cut. Mas, mando aqui um ALERTA, vamos fazer a greve com a convicção de não deixar que a usem de palanque político para as próximas eleições municipais; porque, me parece que é isso que os "AMIGOS DO REI" da Contraf/CUT(PT) querem, uma vez que estão propondo apenas uma paralisação de um dia, no dia 30. Não vamos deixar que eles nos usem de massa anencéfala.



PORTANTO, A ÚNICA FORMA DE EVITARMOS SER USADOS É VOTARMOS NAS ASSEMBLÉIAS CONTRA A PROPOSTA DA CONTRAF DE PARALISAÇÃO DE UM SÓ DIA E A FAVOR DA GREVE POR TEMPO INDETERMINADO.



SE A GREVE FOR DE UM SÓ DIA, SERÁ UM BELO PALANQUE ELEITORAL PARA POLÍTICOS OPORTUNISTAS.



À LUTA, BANCÁRIOS, COM ESSA CONSCIÊNCIA!

segunda-feira, setembro 01, 2008

Mudança no abaixo assinado contra o novo PCS da Caixa

Colegas e Companheiros da Caixa Econômica Federal

Cancelei o endereço onde estava hospedado o abaixo assinado contra o
PCS 2008 da CEF e criei um novo, com um novo texto, mais enxuto e
melhor elaborado.

O endereço do novo abaixo assinado na internet é
http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/1194. Entendo que não
haverá nenhum prejuízo esse cancelamento porque o antigo não havia
sido divulgado amplamente e, portanto, poucas pessoas estavam sabendo
da existência do mesmo.

Por favor, acessem, assinem e principalmente divulguem o máximo que
puderem aos colegas na Caixa.

Este abaixo assinado tem o objetivo de ser mais que uma simples
manifestação de discordância com as regras do novo PCS, mas também, um
documento de preservação de direitos perante a justiça do trabalho aos
colegas que aderiram ao novo PCS.

abraços a todos

Mauro Rodrigues de Aguiar
delegado sindical
ag. Mogi das Cruzes/SP

Segue abaixo o teor do novo abaixo assinado que está no site.

Nós, abaixo assinados, funcionários da Caixa Econômica Federal,
repudiamos o conteúdo e a forma como foi imposto o novo modelo de
Plano de Cargos e Salários, em especial, as cláusulas que obrigam os
participantes do Plano de Benefícios da FUNCEF Reg/Replan a aderirem
ao plano de saldamento do mesmo como condição inegociável para adesão
dos funcionários ao novo PCS e as cláusulas que impõem aos
funcionários a renúncia a ações judiciais referentes aos PCS 89, 98 e
o Atual.

Sendo assim, queremos deixar claro que reservamo-nos o direito de
entrar com ações judiciais a qualquer tempo, independentemente de
aderirmos ou não ao novo PCS, com base no preceito constitucional
inserido no artigo 5º, inciso XXXVI ("a lei não prejudicará o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada") e no artigo 468
da Consolidação das Leis do Trabalho ("nos contratos individuais de
trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo
consentimento, e, ainda assim, desde que Não resultem, direta ou
indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da
cláusula infringente dessa garantia).

domingo, março 23, 2008

Quem bloqueia internet em Cuba é os Estados Unidos e não o governo Cubano

Internet em Cuba
Por Amaury del Valle 23/03/2008 às 09:59


Numa violação crua e real, a Casa Branca impediu a importação direta de computadores produzidos pelos maiores fabricantes...


Estados Unidos bloqueiam Internet em Cuba

A largura de banda «autorizada» à Cuba pela Casa Branca para a conexão à rede de redes é quase igual ao de muitas empresas e inclusive particulares que possuem banda larga em outros países do mundo.

Por: Amaury E. del Valle
( nacional@jrebeldeSEMSPAMSEMSPAM.cip.cu)


Um estudo divulgado recentemente pela revista PCWorld sobre a conexão a Internet em diversos países, afirma que muitos usuários particulares têm acesso hoje mediante pagamento a largura de banda que em ocasiões superam os cem megabytes por segundo (Mbps), graças à extensão das conexões de alta velocidade e a fibra óptica.

Assim, em países como Austrália, Bangladesh, Reino Unido, Itália ou Estados Unidos, as pessoas podem aceder a um serviço de alta velocidade (DSL) com uma velocidade de transferência direta de até 24 megabites por segundo, e inclusive em Noruega ou Japão, por exemplo, alguns usuários particulares têm já conexões de fibra óptica tão rápidas que ultrapassam os cem Mbps.

Indubitavelmente, esta possibilidade de «descarregar» ou «subir» informação desde ou para Internet possibilitou o desenvolvimento de novas prestações como a televisão digital ou a transferência de películas, e no mundo científico facilitou efetuar experimentos on line e até transmitir operações ao vivo. O grande paradoxo do anterior é que um só usuário corporativo ou inclusive particular, em Europa, Ásia ou Estados Unidos, tem hoje uma velocidade de conexão à rede de redes maior que a que tem Cuba, um país com mais de onze milhões de habitantes, que mal tem autorizados, via satélite, para Internet 65 Mbps[1] de largo de banda para a saída e 124 Mbps para a entrada.

De fato, apesar de que Cuba conta hoje com acesso a Internet, esta «autorização» para conectar-se a ela a deu, como se fosse uma dádiva, o governo norte-americano em 1996, e não por boa vontade, senão para explodir a web como uma via mais para promover a subversão interna, o terrorismo e as pressões contra a Revolução.

Desde o surgimento de Internet, Estados Unidos tem torpedeado o acesso de Cuba à rede informática mundial, e ao mesmo tempo desatou uma feroz campanha contra a Revolução acusando-a de não dar liberdade de conexão à mesma. Em realidade, por culpa das leis do bloqueio, o país não pode conectar-se aos canais internacionais de fibra óptica que passam bem perto de suas costas, e tem que o fazer via satélite, o que é mais caro e limita consideravelmente este recurso. Ademais, cada vez que Cuba tenta adicionar um novo canal a Internet, a contraparte estadounidense deve obter a licença apropriada do Departamento do Tesouro de Estados Unidos.

De modo similar, se uma companhia norte-americana quer abrir-lhe um novo canal a Cuba ou decide aumentar a velocidade da conexão, igualmente deve expedir-se uma licença. Isso explica o por que da «estreiteza de banda» que temos os cubanos, pela política hostil do governo norte-americano, e também porque, ante esta realidade, a nação decidiu priorizar a conexão à rede de maneira organizada para garantir um uso social da mesma, e que possa ser utilizada adequadamente por médicos, cientistas, estudantes, profissionais, personalidades da Cultura, empresas, centros de investigação e muitos mais. Esta estratégia, reconhecida por organismos internacionais como um modelo a seguir pelos países em desenvolvimento, possibilitou que hoje existam mais de 1 370 lugares virtuais sob o .cu, 940 000 usuários de correio eletrônico e outros 219 000 de Internet, tudo o qual se multiplica em centos de mais milhares se se tem em conta o caráter social de muitas destas facilidades, que permite que um mesmo ponto de conexão seja utilizado por várias pessoas, ao igual que sucede com uma conta de correio eletrônico.

CERCO BRUTAL

Apesar de toda sua propaganda a favor do desenvolvimento tecnológico para diminuir a brecha digital e do livre acesso às novas tecnologias, os governos norte-americanos bloquearam o acesso de Cuba a estas ou entorpecido seu uso durante décadas, desde o próprio triunfo da Revolução.

Numa violação crua e real, a Casa Branca impediu a importação direta de computadores produzidos pelos maiores fabricantes mundiais destes dispositivos, como Intel, Hewlett Packard, IBM ou Macquintosh. Inclusive, para obter uma delas, o país deve pagar até um 30 por cento mais de seu valor real, ao não poder ser adquirida diretamente em seu maior mercado mundial, Estados Unidos, e ter que pagar altas tarifas de transportación por comprá-las longe.

O bloqueio do acesso às novas tecnologias é duplamente duro por ser precisamente EE.UU. o emporio mundial da tecnologia informática e quem exerce um controle hegemônico sobre a rede de redes, pois em seu solo estão os maiores servidores de Internet. Por se fora pouco, é a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers ICAN, a que provê de direções IP e nomes ao resto do mundo, a que, apesar de ser segundo pregam «uma organização não governamental sem fins de lucro», está sujeita às leis do Escritório Federal para as Comunicações e ao Departamento de Estado de Estados Unidos.

A isto há que lhe agregar que o império norte-americano controla o 50 por cento dos satélites de comunicação e o 75 por cento da rede Internet. Produz o 60 por cento do software de uso mundial e uma só companhia, Microsoft, domina com Windows, o sistema operativo instalado em mais do 90 por cento dos computadores pessoais. o caso da web, o 40 por cento dos navegantes se concentram neste país, e o 80 por cento dos conteúdos difundidos nas páginas web estão em inglês. Igualmente dominam o 85 por cento do comércio eletrônico.

Não é de estranhar então que Estados Unidos tente por todos os meios alçar-se como o paladino da liberdade de expressão e conexão a Internet, pois em realidade procura vender o «modo de vida americano» e converter à rede numa mercadoria, e não no instrumento de desenvolvimento que é em realidade.

WINDOWS LIMITADO

Ademais, os cubanos não têm acesso aos principais programas informáticos, nem sequer ao sistema operativo instalado em quase o 90 por cento dos computadores do mundo: Windows.

Pelas leis do bloqueio não se pode aceder legalmente a programas informáticos de trabalho com textos, imagens, manejo de informação ou programação, tais como Microsoft Office, Adobe Photoshop, ACD See, Internet Explorer, write Express, Borland; ou a software antivirus atualizados como Norton Antivirus, Panda Antivirus ou AVP, entre outros. Por se fora pouco, também viu limitada a aquisição de routers, servidores, cabos e outros equipamentos para melhorar a infra-estrutura de suas telecomunicações, o qual atrasou e encarecido a digitalização telefônica.

Estados Unidos bloqueia sem reparos a descarga de todo tipo de programas informáticos através de Internet para nacionais cubanos, bem pessoas jurídicas ou particulares que pretendam fazer chegar essa tecnologia a solo nacional. Estas limitações são inclusive extraterritoriais, pois muitas vezes envolvem a subsidiárias norteamericanas localizadas em outros países ou a empresas que têm relações com estas.

E não contente com isto, o governo norte-americano estimula, financia e dirige o uso de Internet contra Cuba como um instrumento de desestabilização, agressão e pressão. Para isso brindou aportes monetários consideráveis para a criação e manutenção de uma série de lugares web destinados a promover a subversão interna, ou difamar sobre o que passa no país, numa vã tentativa de desprestigiar à Revolução Cubana no ciberespaço.

[1] Toda ilha tem apenas 65 Mbps de saída para Internet para uso de toda populaçao, serviços públicos, universidades, empresas, hotéis, centro de pesquisas...etc. Essa é uma forma dos informáticos, da comunidade software livre e dos cidadaos do planeta conhecerem, com propriedade, as consequências de um bloqueio econômico criminoso de quase 50 anos a Cuba. Estas desastrosas consequências para a populaçao cubana se manifestam em todas as outras áreas da vida cotidiana deste povo. O bloqueio econômico é muito mais do que um tema econômico, é um tema de direitos humanos, de justiça.

http://twiki.dcc.ufba.br/bin/view/PSL

terça-feira, março 18, 2008

Como dizia o velho profeta barbudo...

Quem é louco?


Há 5 nos, nos chamavam de loucos. "Mas que absurdo, o mercado não pode estar em crise, o capital está se expandindo, as empresas nunca lucraram tanto, o sistema nunca foi tão forte. Daonde vocês tiraram essa sandice?"

Não fomos nós. Foi o velho profeta barbudo, Karl Marx, que ao estudar a dinâmica do capitalismo, demonstrou logicamente que esta sociedade, a sociedade produtora de mercadorias, não é eterna nem tampouco natural (como querem crer os economistas que pensam que o homem das cavernas já trocava mercadorias). Como todas as civilizações, ela tem nascimento, desenvolvimento, apogeu, decadência e desaparição.

O que é o capitalismo? Sociedade produtora de mercadorias. Todos os bens são produzidos e distribuídos na forma de mercadoria. Tudo vira mercadoria, principalmente a terra, os instrumentos de produção sociais e a força de trabalho (isso mesmo, nós proletários, os homens-mercadoria despojados de qualquer propriedade de meios de produção e por isso coagidos a vender nossa força de trabalho, nosso tempo e nossa vida para empresas em troca de um mísero salário). Nem um pãozinho pode ser de graça. Nenhum trabalho pode ser social. Tudo se troca, tudo se compra, tudo se vende. E o drama pior: como temos que vender nossa força de trabalho, quem dela se apropria, nos paga um salário, mas na verdade, produzimos muito mais do que ganhamos em termos de valor. Esse “mais-valor” (a famigerada-mais-valia) é o rabo do cachorro: é o que o faz ficar dando voltas e tentando se abocanhar, num fim em si mesmo irracional. É o motor do desenvolvimento econômico, do turbilhão que devasta os recursos naturais, explora e empobrece bilhões de pessoas, para produzir cada vez mais mercadorias, para aumentar a produção. Produzir por produzir. Mesmo que isso signifique condenar metade da humanidade à miséria do desemprego, outra metade à exploração, e destruir o meio ambiente ameaçando a vida na terra. Sufocar as crianças em pilhas de lixo. E inventar a figura do “mendigo ecológico” que vive do lixo como exemplo de empreendedorismo.

Mas será isso tudo infinito? Além dos limites naturais, essa sociedade também possui seus limites lógicos internos. Para existir, ela precisa sempre se expandir. Parar este movimento significa o colapso. Mas este crescimento tem também seus limites, por algumas razões.

A lógica empresarial é a da concorrência e redução de custos. Isso significa produzir as mercadorias em tempo cada vez menor, com um uso cada vez maior de trabalho morto (máquinas) e menor de trabalho vivo (assalariados). Só que só o trabalho vivo, assalariado, é que pode ser explorado e gerar mais valor do que ele recebe como salário. Isso significa que o aumento do trabalho morto em relação ao trabalho vivo reduz a geração de novo valor a nível global. O número de assalariados aumenta, mas o “trabalho morto” aumenta mais ainda. O valor explorado dos trabalhadores aumenta, mas em proporções cada vez menores. Os lucros crescem cada vez menos e a taxa geral de lucros vai despencando. Cria-se um imenso desemprego. E os que trabalham são cada vez mais explorados.

É claro, esse movimento não é linear. Com crédito, monopólios, ação do Estado, guerras, as empresas conseguem ciclicamente elevar de novo a taxa de lucro. Mas, ao longo da história do capitalismo, a taxa de lucro historicamente despenca, numa tendência inexorável.

Isso significa que o sistema produtor de mercadorias tem limites lógicos. Mas o que seria a atual crise?

Desde 1992, com o colapso do capitalismo de estado do Leste, inaugura-se uma crise geral. O Japão logo quebra em 1992, os Tigres Asiáticos em 1997, o mercado financeiro em 2001. Mas estas crises são atenuadas, pois os EUA compram a superprodução (excedente invendável) destes países e assim, sustentam sua economia. Vide que os EUA compram a maior parte da produção chinesa. Mas isso tem um custo: dar injeções de ar no consumo interno americano. Eis a panacéia do Capital: o sistema de crédito! Financiar consumo com endividamento, financiar produção, que gera capital fictício, números estratosféricos nas bolsas, mas com cada vez menos realidade material. E tudo isso mantido com uma exploração cada vez maior da força de trabalho e fim dos direitos trabalhistas. China é o exemplo!

Mas esta bolha toda tem limites. O sistema de crédito não é infinito, uma hora a realidade cobra caro da ficção. Os EUA financiavam o consumo com hipotecas das casas, numa imensa bolha imobiliária, que acabou de estourar. Com o estouro do sistema de crédito, o pneu furou. O consumo interno dos EUA quebra, e eles param de comprar a produção mundial. China, Índia, Brasil, países exportadores de petróleo (inclusive a Venezuela) vão de rodamoinho junto numa crise global.

As conseqüências desta crise não são previstas ainda. O capitalismo não vai acabar da noite pro dia. Podemos esperar: mais desemprego, salários piores, mais violência, mais guerras, menos direitos trabalhistas, mais exploração e opressão, mais despejos. A reprodução do capitalismo vai ficar cada vez mais difícil. Mas já é hora da humanidade perceber que o mundo não é uma mercadoria, e colocar um limite histórico no autômato enlouquecido do Capital.

Também não resolverá a ação dos Estados, uma vez que com a crise da produção de valor, os Estados Nacionais, que se alimentam e se mantém justamente desse valor, na forma de impostos, entram em crise de financiamento, colapso e são desmontados. Não há saídas para este processo pela via institucional nem pelos seus partidos direcionados à tomada do poder estatal. Mais facilmente as guerras civis urbanas levam os Estados à decomposição, do que se pode esperar uma ação estatal que supere a crise.

Este processo também não significa em hipótese nenhuma que estamos diante de uma nova sociedade emancipada. Pelo contrário, estamos às portas de uma barbárie sem precedentes, e aqui o socialismo se apresenta não como uma utopia, mas como a ação mais realista possível. A humanidade não tem mais nada a perder. Não há mais justificativa, quando se tem meios tecnológicos de uma produtividade brutal, se trabalhar tanto e ainda haver desemprego e miséria. E não há justificativa em se produzir muito mais do que se consome, enquanto há fome e miséria. É preciso reinventar o espectro do comunismo, e erguer uma contestação global contra a ditadura totalitária da mercadoria.



Paulo Marques

segunda-feira, março 03, 2008

Uribe, instrumento dos EUA na América do Sul

por La Jornada
O massacre perpetrado sábado passado pela força aérea da Colômbia na localidade equatoriana de Santa Rosa, onde foram mortos o dirigente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) Raúl Reyes e outros 18 efectivos dessa organização guerrilheira, tem uma ominosa projecção regional, pois com essa acção as autoridades de Bogotá enviaram uma mensagem inequívoca aos seus países vizinhos: o governo do presidente Álvaro Uribe considera que tem direito a levar para além das suas fronteiras a guerra que trava contra o grupo insurgente, independentemente das consequências internacionais, e inclusive talvez para converter a confrontação interna colombiana num conflito aberto com países limítrofes.

Com efeito, os insurgentes colombianos, de acordo com dados disponíveis, não foram mortos no decurso de uma perseguição ou de um combate e sim assassinados enquanto dormiam e se encontravam em território equatoriano. Não é infrequente que as organizações armadas irregulares e clandestinas transitem quando convém, e sem subterfúgios, através das linhas fronteiriças internacionais, como ocorria no sudeste asiático, como sucede hoje em dia com os combatentes curdos da Anatólia e como se passou e continuará a passar-se em tantos outros conflitos internos. Em contrapartida, os governos constituídos têm a obrigação de respeitar o território de outros países, e as normas de convivência internacional assinalam com clareza maneiras e procedimentos diplomáticas para enfrentar a presença de dissidentes armados além das suas fronteiras, sem violentar a integridade territorial e a soberania de outros países. Não é demais recordar que o próprio governo de Washington reprovou o governo turco, um dos seus aliados mais sólidos, pelas incursões militares que este realiza no Curdistão iraquiano.

O governo de Uribe, que conhece perfeitamente as regras mencionadas, cometeu, com plena consciência, uma agressão armada contra o seu vizinho do Sul ao bombardear o acampamento guerrilheiros, e a seguir invadiu o território do Equador para levar o cadáver de Reyes. Em tal circunstância, a expulsão do embaixador colombiano em Quito, [1] decidida na noite passada pelo presidente equatoriano Rafael Correa, está plenamente justificada, torna-se compreensível, assim como a reacção da Venezuela – que compartilha com a Colômbia uma fronteira muito mais extensa e igualmente permeável – de retirar seu pessoal diplomático de Bogotá e ordenar uma deslocação militar ao longo da linha fronteiriça. Estão por ver-se as reacções oficiais do Peru e do Brasil, os outros vizinhos da Colômbia, cujos territórios podem estar sujeitos, também, a incursões como a perpetrada no Equador.

É pouco provável, por outro lado, que as autoridades de Nariño [2] hajam actuado com plena independência ao ordenar o ataque contra os guerrilheiros em Santa Rosa. O presidente Correa falou de um bombardeio realizado "com tecnologia de ponta, seguramente com a colaboração de potências estrangeiras", o que aponta, sem necessidade de maiores interpretações, para os Estados Unidos. Com efeito, a precisão e a pontualidade da agressão permitem inferir a participação na mesma dos serviços de inteligência estado-unidenses.

A julgar pelo seu comportamento no Iraque, onde teima em prolongar a ocupação militar apesar das evidências de que perdeu a guerra, o governo de George W. Bush parece empenhado em deixar como herança aos seus sucessores – democratas ou republicanos – um mundo incendiado. Nessa lógica perversa, não seria estranho que a Casa Branca alentasse Uribe para que este, por sua vez, mergulhasse as regiões andina e amazónica numa escalada de provocações cujo objectivo não seria precisamente a liquidação das FARC e sim a criação de um contexto favorável aos Estados Unidos para agredir belicamente a Venezuela, a Bolívia e o Equador, países que, cada qual à sua maneira, decidiram exercer a fundo sua soberania independência e colocaram-se, com isso, na mira de Washington.

[1] No dia 3, às 17 horas locais, o governo equatoriano anunciou a ruptura das suas relações diplomáticas com a Colômbia.
[2] Nome do palácio presidencial colombiano.

Este editorial encontra-se em http://www.jornada.unam.mx/2008/03/03/index.php?section=opinion&article=002a1edi

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

domingo, fevereiro 10, 2008

Para o bem e para o mal, individual e coletivo, a responsabilidade é de todos

Nunca houve um país realmente socialista e muito menos comunista, o que houve nos ditos países socialistas foi a substituição da ditadura capitalista privada pela ditadura capitalista estatal porque estes mantiveram os mesmos mecanismos estruturais do capitalismo que os socialistas e comunistas tentam combater. O socialismo só será realidade por meio de uma transformação cultural radical dos seres humanos que os faça perceber o bem coletivo em detrimento do bem individual. Enquanto isso não acontecer, mesmo nos regimes ditos socialistas, a repressão e o totalitarismo continuarão porque, se uma parte da população marginalizada no sistema capitalista se insurge e mata ou morre contra tal situação, outra parte, a dos abastados e privilegiados do sistema capitalista, da altura do seu egoísmo, também se dispõem a matar ou morrer para manterem tal situação. É por isso que, nas condições culturais atuais, os regimes ditos socialistas só se mantém pela força. No fim das contas, a culpa é do individualismo e da ganância da maioria dos seres humanos, e do capitalismo que explora muito bem esses defeitos das pessoas. O mundo será melhor no dia em que as pessoas forem mais humanas e se convencerem de que cada ser humano não é uma ilha, que a união e o esforço coletivo é necessário para que todos possamos ter uma vida digna. Até lá preparemo-nos para a guerra.

sábado, janeiro 26, 2008

Pela eliminação das famigeradas portas giratórias

Todos os dias, à luz do dia, milhões de pessoas são submetidas a constrangimento ilegal pelas portas giratórias instaladas nos bancos, descaradamente e frente a outras milhões de pessoas por testemunha que, em seguida, serão as próximas vítimas, nas filas que se formam atrás dessas portas que são verdadeiras aberrações.

Difícil encontrar alguém que ainda não tenha passado pelo constrangimento de ficar barrado numa dessas portas.

E não é a porta que barra as pessoas, são pessoas que controlam essas portas e que as destravam dependendo da aparência da vítima, numa clara discriminação. Estando bem vestido, dificilmente alguém será impedido de entrar no banco, ainda que a porta trave uma vez e se retire um reles objeto de metal do bolso. Já, o mesmo não acontece se a pessoa não tiver uma aparência que agrade o vigilante que controla a porta giratória. A porta travará, ainda que você se submeta às esdrúxulas regras do banco e retire dos bolsos ou da bolsa todos os metais que estiver portando.

Essas portas são inúteis em se tratando de prevenir assaltos, uma vez que o julgamento da idoneidade da pessoa fica a cargo de outra pessoa, o vigilante que está com o controle remoto na mão. É verdade que a porta trava automaticamento através de sensores eletrônicos que detectam metais, mas o destravamento é manual e submetido à vontade de quem tem poder para fazê-lo.

De antemão, para essas portas, todos somos julgados culpados. joga-se no lixo a presunção de inocência e da boa fé objetiva garantida a qualquer ser humano, inverte-se a lógica do ônus da prova, obrigando a pessoa honesta a provar que é honesta, sob pena de não ter seu acesso permitido ao recinto.

Absurdamente, o movimento sindical bancário, que ironica e contraditoriamente se intitula "sindicato cidadão" é um ferrenho defensor do uso dessas portas giratórias pelos bancos, sob o pretexto de que elas dão mais segurança aos trabalhadores bancários.

Será mesmo que elas dão mais segurança aos bancários? Claro que não! Os sequestros de funcionários e de familiares de funcionários de bancos é uma modalidade de crime que não existia até o advento das portas giratórias; os assaltos a bancos não diminuiram com a adoção das tais portas e o aumento da violência decorrente do estresse causado nas pessoas que indignadas se veem coagidas e constrangidas pelo travamento dessas portas provam o contrário. Provam que, além de ofensivas a vários direitos das pessoas, são ineficientes para a prevenção de assaltos e ainda são responsáveis por violências que só seriam evitadas se o uso dessas portas por parte dos bancos fosse proibido.

Não é utopia

Por Paulo Marques

Somente a formação de Conselhos de trabalhadores, formados por delegados eleitos em assembléias pela base, revogáveis a todo momento, rotativos, não-profissionalizados, sem privilégios, responsáveis perante a base e controlados pela base, é que constitui uma democracia verdadeira, a democracia direta dos conselhos operários.

Utopia? Não! Os Conselhos de fato surgiram, em 1848 na Europa, na Comuna de Paris (1871), na Revolução Russa de 1905, na Revolução Russa (1917-21), na Revolução Ucraniana (1916-20), na Itália e Hungria em 1920, no Brasil em 1917, na Espanha de 1936 a 39 (e chegaram a controlar o país durante esses 3 anos), em Berlim em 1918-1923, na Hungria em 1952-56, em Moscou em 1950, em Berlim em 1945, na França em 1936, na Tcheco-eslováquia em 1968, na França em 1968, na Itália em 1968-69, em Portugal em 1974-76 (nestes dois anos os trabalhadores controlaram 70% da economia portuguesa), no Brasil em 1978-79, na Itália em 1979, no Japão nos anos 60-70, na China em 1968-70, etc etc etc.

A aparição dos conselhos é recorrente, ela sempre volta, é uma tendência natural da classe trabalhadora como forma de luta. Os Conselhos são a própria negação da sociedade capitalista. São a dissolução da administração de empresa, do Estado, das instituições burguesas.

Os Conselhos chegaram a assumir a função de polícia e exército! Isso é o que Marx chamava de Ditadura do Proletariado, uma democracia radical e anti-estatal onde se concentra a verdadeira possibilidade de emancipação dos trabalhadores, onde os trabalhadores, eles mesmos se apresentam e lutam pela sua emancipação, sem intermediários, sem partidos nem dirigentes profissionais.

Os conselhos superaram inclusive os sindicatos, como forma de organização direta. Os sindicatos, nestas situações, foram inimigos mortais dos conselhos de trabalhadores. Ou em raros casos, ajudaram a formar esses conselhos e os defenderam, como foi o anarco-sindicalismo espanhol.

É isso que eu entendo por democracia.... onde os Conselhos podem começar? Podem começar facilmente aonde os trabalhadores comecem a fazer assembléias independentes que não reconhecem nenhuma autoridade externa a eles.
Conclusão: só pode haver democracia onde começar a haver organização no local de trabalho........

domingo, janeiro 20, 2008

A sociedade da ignorância, do medo e da mídia do pensamento único da classe dominante.

Por: Mauro Rodrigues de Aguiar


Todos já devem ter ouvido falar de pensamento único, de mídia, de luta de classes e de política, mas no fundo, ignoram o significado disso tudo. Pois não deveriam ignora-los, afinal essas coisas tem a ver diretamente com os gravíssimos problemas sociais que o mundo vive que, consequentemente interfere na vida individual de cada um.
Mas, existe um problema que é o que acarreta todos os demais problemas e, se é certo que todos gostariam de ver os problemas pelo menos minorados, todos devem saber qual é esse problema e que, só a partir da tomada de consciência sobre qual é esse problema que puxa todos os outros problemas é que a sociedade poderá começar a trilhar um caminho no rumo certo da solução de todos os demais problemas.
O primeiro e principal problema a ser resolvido – e cada um tem de procurar resolve-lo, primeiro em si próprio, individualmente - é o problema da ignorância.
A verdade é que ninguém é ignorante porque quer, ninguém passa fome porque quer, ninguém tem problemas na vida porque quer, assim como também é certo que tudo pode ser mudado para melhor para si e para todos a partir da tomada da consciência sobre esse primeiro problema a ser solucionado.
Por que o problema da ignorância é o primeiro problema a ser solucionado? Resposta: porque a ignorância é o principal problema, é a ignorância que cega a compreensão de todos os demais problemas que temos que enfrentar, até a construção de um mundo melhor para todos. Como solucionar o problema da ignorância? Resposta: primeiramente, temos que combate-la em nós mesmos e, em seguida incentivar as pessoas de nosso círculo de influencia, colegas, amigos e parentes a faze-lo também. Como combater a ignorância em nós mesmos? Resposta: procurando ser autodidatas, ou seja, procurando ampliar nossos conhecimentos por conta própria, lendo, ouvindo e vendo de tudo, de direita e de esquerda, sem exceção, não esperando que todo conhecimento de que precisamos nos seja dado pela escola, levando em consideração mesmo que a escola tem um currículo e metodologia, impostos pelo estado e dirigidos à manutenção do sistema político ideológico responsável pela perpetuação dos atuais problemas e, por isso seu objetivo é perpetuar a ignorância e não nos libertar dela. O mesmo vale para a mídia escrita, falada e televisiva. O estado e seus apêndices (a escola, os poderes, a igreja e principalmente os Meios de Comunicação de Massa) sabem muito bem que manter o povão na ignorância e tirar-lhe o chão debaixo dos pés, é desarma-lo completamente e torna-lo tutelável, vulnerável, dependente.
Portanto, a partir de hoje, procure ajudar a construir uma sociedade mais justa, jogue a ignorância no lixo da história, aprenda a “filtrar”, analisar todas as informações que lhe chega, persiga mais e mais o conhecimento. Lembre-se que, se vivemos num mundo com tantas desigualdades sociais, tanta violência cega, e tantos desmandos impunes de “autoridades” é porque vivemos e nos acomodamos na ignorância e acabamos aceitando como verdades as mentiras da mídia do pensamento único da classe dominante.

sábado, janeiro 12, 2008

Insanidade midiática

INSANIDADE

Fico profundamente indignado com o simulacro de jornalismo que temos hoje. Clovis Rossi e todos os demais “articulistas” de jornais críticos mordazes ao reconhecimento de guerrilhas políticas como as FARC-EP e o ELN como movimentos insurgentes por motivos políticos e não como criminosos comuns, desprovidos de qualquer objetivo político-social, parecem não se dar conta da dimensão da injustiça que cometem; injustiça e fomentação da injustiça maior ainda do que o seqüestro em si efetivados por esses movimentos insurgentes.

Agindo assim, essa mal disfarçada imitação de órgãos de imprensa e de jornalismo, parece não querer promover a paz, mas sim perpetuar a guerra. O caminho em direção à paz exige em primeiro lugar esse reconhecimento, exige que se diga a verdade sobre os fatos que originaram a criação desses movimentos, exige que se diga que esses homens e mulheres das FARC-EP e do ELN são heróicos guerrilheiros que abriram mão de uma vida “normal” como qualquer ser humano tem direito, por uma vida em inóspitas selvas, em condições sub-humanas, não por um desejo masoquista mas por circunstâncias que não foram eles que criaram, por uma guerra que não foram eles que declararam e que eles jamais desejaram.

Quem, além da crítica e da recusa em reconhecer as FARC e o ELN como movimentos políticos, envereda pelo campo da mentira, comparando-as com máfias de traficantes, de criminosos cruéis desprovidos de qualquer sentimento de amor, de qualquer ideário de justiça, fomenta ainda mais a guerra e a injustiça. Esses movimentos não existiriam se não fossem as injustiças sociais - perpetradas pela política tradicional - que assolam a humanidade e, sutilmente, mantém milhões de reféns das desumanas regras capitalistas.

A verdade é que os movimentos guerrilheiros como as FARC-EP e o ELN lutam pela paz para todos, contra a pior das violências que é a violência da fome perpetrada pelo estado contra a qual elas apenas viram a necessidade de se insurgir em armas para se defender – com o nobre objetivo de derrotar - numa guerra já declarada a muitos e muitos anos pelo estado contra os trabalhadores, para enfim implantarem a igualdade.

Quem, como essa imprensa reacionária e seus “articulistas”, apenas propaga o ódio, inventando mentiras contra os heróicos insurgentes revolucionários, contribui enormemente para a perpetuação dessa guerra contra a injustiça e da violência da fome, combustível desses movimentos insurgentes, que inevitavelmente acaba por vitimar milhares de pessoas.

Assim como os heróicos guerrilheiros das FARC-EP, do ELN e de todos os militantes socialistas, comunistas ou anarquistas que lutam contra as imposições violentas do capitalismo, tenho esperança ainda que algum dia a humanidade conquiste a paz, apesar da força dos desonestos meios formadores da opinião pública que estão na trincheira dos algozes nesta guerra suja e desigual.

Em defesa da Paz e da Justiça Social, contra a violência estatal, procuremos fomentar a paz e não a guerra. A guerra a ninguém beneficia. A imprensa tem um papel fundamental para que a humanidade possa atingir esse objetivo.

domingo, janeiro 06, 2008

Se há desigualdade econômica, não pode haver democracia...

Onde prospera a desigualdade econômica jamais poderá prosperar a democracia, a justiça e a paz.

Onde prospera a desigualdade econômica, prospera a ditadura de poucos abastados sobre muitos parasitados pelos abastados.

Onde essa situação impera, a busca da paz passa inevitavelmente, mais cedo do que tarde, pela rebelião dos despossuidos contra os abastados.

Onde impera a desigualdade econômica jamais haverá solução para os despossuidos seguindo as regras sociais impostas pelos abastados.

Mais cedo do que tarde se rebelarão os despossuidos que, por maior e mais bem estruturado que seja o aparelho repressor montado pelos abastados, não conseguirão deter essa rebelião.

Os abastados criam e divulgam amplamente ambições novas a todo momento em busca de mercado, e na ganância cega se esquecem que milhões de seres humanos que passam fome, estão sendo induzidos a também adquirir essas ambições, a qualquer custo.

Esse é o germem da sua auto-destruição que traz o capitalismo, a adaga que perfurará seu próprio coração.