domingo, dezembro 31, 2006

O que votamos para 2007

Sobre sonhos de ano novo
Passadas as festas de fim de ano, será a hora de ver o verdadeiro significado do “ano novo, vida nova”. Não estarão presentes no imaginário popular os sonhos de grandes mudanças no país. Muitas dessas esperanças perderam o brilho, morreram de inanição ou de “morte matada” nos quatro anos do governo Lula.

quinta-feira, novembro 30, 2006

Quem paga a banda escolhe a música

29/11/2006 - 08h25
Setor bancário deu maior doação à campanha de Lula
Publicidade SILVIO NAVARRO
FÁBIO ZANINI da Folha de S.Paulo, em Brasília
Os bancos foram os principais financiadores da campanha de reeleição dopresidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com doações que somam R$ 10,5milhões, segundo a prestação de contas dos candidatos que disputaram o segundoturno da eleição presidencial, enviada à Justiça Eleitoral ontem, último dia doprazo legal.Geraldo Alckmin (PSDB) recebeu montante idêntico, de R$ 10,5 milhões. Nos doiscasos, o principal doador do ramo foi o Itaú, com R$ 3,5 milhões.Os bancos, como o próprio Lula disse em discurso recente no qual citava os jurosaltos, nunca ganharam tanto. No ano passado, lucraram R$ 28,3 bilhões, recordehistórico --e só no primeiro semestre deste ano, R$ 22,2 bilhões (43% a mais doque em 2005).Todo o montante repassado pelos bancos para o comitê de Lula foi transferidoentre setembro e outubro --antes do primeiro turno. No caso de Alckmin, constaapenas um repasse feito no segundo turno, de R$ 200 mil, do Banco Alvorada,controlado pelo Bradesco.Montante ainda maior que o dos bancos foi repassado "internamente" para acampanha de Lula. Segundo o tesoureiro da candidatura, José de Filippi Jr.,cerca de R$ 15 milhões foram transferidos à campanha pelos comitês estaduais edistrital por conta do compartilhamento de material gráfico.Alckmin também recebeu boa parte dos recursos dos comitês espalhados pelo país.No total, foram R$ 8,2 milhões oriundos de diretórios e comitês do PSDB e doPFL. Desse montante, R$ 4,2 milhões saíram dos cofres do Diretório Nacional dopartido, e R$ 2,8 milhões do diretório paulista.O segundo maior ramo de atividade que figura na contabilidade é outro comdiversos interesses na relação com o governo, o das empreiteiras, com ummontante de R$ 10 milhões repassados ao comitê petista, e R$ 4,8 milhões aotucano.A lista de doadores petistas é encabeçada pelo grupo Camargo Corrêa, com R$ 3,5milhões, e pela Construtora OAS, com R$ 1,6 milhão. A OAS também foi uma dasmaiores financiadoras dos candidatos do PT à Câmara. Em um único caso, constatransferência de R$ 1 milhão da Carioca Christiani Nielsen Engenhariadiretamente para o candidato, ou seja, sem passar pelo comitê. Para Alckmin, aAndrade Gutierrez disponibilizou R$ 1,5 milhão.O presidente Lula também recolheu R$ 4,5 milhões de mineradoras --R$ 4 milhõesde subsidiárias do Grupo Vale do Rio Doce. Alckmin recebeu um pouco menos: R$3,7 milhões.Outros R$ 6,2 milhões declarados por Lula vieram de siderúrgicas, sendo R$ 3,1milhões do grupo Gerdau, cujo empresário Jorge Gerdau Johanpetter é cotado paravirar ministro de Lula. Gerdau também doou R$ 3 milhões para Alckmin.A análise das empresas que abasteceram a campanha petista inclui um total de R$3,6 milhões repassados pelo ramo de bebidas, com destaque para a AmBev: R$ 1,5milhão. Integram a lista as cervejarias Petropolis, com R$ 750 mil, e aSchincariol, R$ 500 mil. A Recofarma, do sistema Coca-Cola, forneceu R$ 880 mil.A maior doação feita por uma só empresa a Lula foi da processadora de suco delaranja Cutrale, com dois repasses que somam R$ 4 milhões. A empresa travadisputa jurídica para evitar investigação por cartel --o Cade (ConselhoAdministrativo de Defesa Econômica) recusou proposta de pagamento de multa de R$100 milhões para evitar a apuração. Para Alckmin, destaca-se o repasse de R$ 2,6milhões da Ibar Administrações, do Grupo Votorantim.A campanha de Lula recebeu pelo menos três repasses milionários de pessoasfísicas. Os empresários Pedro e Alexandre Grendene (do ramo calçadista) doaramR$ 2 milhões (R$ 1 milhão cada um); Eike Batista, que atua na área de energia,transferiu R$ 1 milhão.Alckmin recebeu doação de R$ 1 milhão de Antonio José de Almeida Carneiro, donode uma corretora financeira.O ministro da Fazenda, Guido Mantega, doou R$ 2.000, dez vezes o valor dado pelasenadora Ideli Salvatti (PT-SC). O presidente da Petrobras, José SergioGabrielli, doou R$ 20 mil. Ricardo Berzoini, ex-chefe da campanha lulista, deuR$ 800. O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, que disse ter pago uma dívida deR$ 29 mil de Lula, doou R$ 400.

sábado, novembro 04, 2006

O povo votou. E daí!

Votar ou não votar teria dado na mesma. Melhor teria sido não votar em ninguém, não legitimar as eleições. Lula está reeleito - e daí!? o que vai mudar? Ao que tudo indica, a julgar pela formatação que Lula terá que dar ao seu novo ministério e as relações promíscuas que terá que manter com os congressistas, a política neoliberal vai se aprofundar e o povo terá um grande retrocesso nos seus direitos, isso, se o povo não se rebelar fortemente, o que seria a única forma de barrar as reformas neoliberais que vem por aí.

sábado, setembro 30, 2006

Porque meu voto é nulo

“Um fantasma ronda as eleições: é o fantasma do voto nulo. Todas os poderes dominantes se uniram contra essa ameaça: do TSE ao Faustão, dos empresários à classe política, os pastores e juristas, sindicalistas e gestores de empresas, diretores de escolas e lideres estudantis. Todos eles imploram para que o povo vote.” Um senhor de idade, muito pobre e totalmente consumido fisicamente por uma vida de trabalho, me disse, uma vez: “Eu votei mais de cinqüenta anos da minha vida, já perdi a conta de quantas eleições. E minha vida não mudou nada. Nunca vi cumprirem promessas e nossa vida só piora.” Esse é um dos juízos mais duros e realistas que alguém pode fazer. As eleições, de fato nada mudam, apenas legitimam um processo em que quem toma as decisões de fato é o poder econômico (que financia as campanhas) e a população cumpre seu papel de apenas legitimar, dizer “Amém”. Não é preciso votar nulo. Simplesmente nosso voto sempre foi nulo. Nosso poder de determinar nossa vida é anulado sistematicamente. Não existe democracia, de fato o que existe é uma pura soberania das empresas, uma ditadura do mercado, onde o povo pode apertar botões e legitimar o processo, dando uma aparência falsa de participação. Na verdade o nosso voto funciona como instrumento de sujeição. As eleições não passam de uma imensa válvula de escape, um espetáculo que desvia a atenção do foco e esvazia os conflitos sociais, impedindo uma solução real para os problemas reais. Não é preciso pregar o voto nulo. Nas estações de trem, bairros, botequins e escolas, periferias, escuta-se espontaneamente pessoas pregando o voto nulo ou a abstenção. Aqueles que ainda vão votar, muitos votam como protesto em um candidato menor, ou mesmo votam “no menos ruim”. É perceptível que o povo já não se ilude mais com as eleições e está na defensiva. Pela primeira vez já não se sente representado. A história deveria nos dizer alguma coisa. Especialmente se analisarmos as eleições, não só no Brasil, mas em todo o mundo, concluímos que nesse sistema, podemos decidir tudo, menos o essencial, que já foi decidido pelos proprietários da sociedade. No ano passado, quando o governo Alckmin tentou mandar embora 120.000 professores, nossos “representantes” da esquerda petista (que dizem representar os professores) dentro da assembléia legislativa, não se opuseram ao projeto de lei, apenas negociaram “emendas” para suavizá-lo. E contaram com o aval da direção estadual do sindicato, que é petista. Somente os professores, entrando em greve e colocando 30 mil pessoas na frente da assembléia legislativa conseguiram fazer com que essa lei fosse revogada. Isso demonstra de fato o quanto o voto muda nossas vidas – nada. Mas o povo nas ruas conseguiu uma grande vitória. Fica aqui a grande lição: as eleições só contribuem para manter a sociedade do jeito que está. Mas descobrimos que existe sim política além do voto. A política verdadeira começa quando acabam todas as ilusões no voto. Quem quiser, vote nulo. Quem quiser, vote em alguém. Quem quiser, vote na frente de esquerda. Quem quiser vote em branco. Quem quiser, não vote. VOTAR NUNCA VAI MUDAR NADA. Aí é que os trabalhadores descobrem que estão órfãos, que ninguém vai salvá-los a não ser eles mesmos. Nenhum grande líder, partido, governo, sindicato, etc vai resolver o problema. Neste momento a classe trabalhadora aprende que tem que andar com suas próprias pernas e fazer sua própria história: faz suas greves, vai às ruas, organiza suas cozinhas comunitárias e descobre um mundo de infinitas possibilidades para além do espetáculo eleitoral. “Os trabalhadores nada têm a perder, exceto as urnas que esvaziam suas lutas e castram sua criatividade”. Meu voto, agora e sempre, é NULO. Não tenho a menor ilusão neste sistema, nem acredito que ele possa ser reformado. Meu voto NULO é na verdade um voto no POVO, NOS TRABALHADORES, e na sua imensa capacidade de se organizar, e construir sua história, sua autonomia.

Paulo visite o blog: http://alemdovoto.blogspot.com/

quarta-feira, setembro 27, 2006

Direita assumida, direita não assumida e esquerda vacilante - VOTEM NULO

AS ELEIÇÕES BRASILEIRAS As eleições presidenciais brasileiras serão no próximo domingo, 1 de Outubro. O candidato da direita assumida é o sr. Alckmin, indivíduo ligado à Opus Dei e apoiado pelo ex-presidente F. H. Cardoso. Não se lhe conhece obra significativa no governo do estado de S. Paulo. A própria mediocridade do personagem mostra as dificuldades da direita pura e dura em encontrar quadros capazes. O candidato da direita não assumida é o sr. Lula, que actualmente faz o papel de presidente mas não exerce o governo real. Este é exercido pelos representantes dos credores do país, que nomearam um gerente inamovível para tomar conta do Banco Central, conduzir a sua política económica e pagar pontualmente o serviço da dívida externa. Nestas eleições o sr. Lula prepara-se para comprar votos com a ameaça da suspensão do programa assistencialista "Fome Zero", que distribui migalhas a 11 milhões de famílias marginalizadas . Trata-se de uma manobra perversa: o mesmo indivíduo que é conivente com a política económica que leva à exclusão social chantageia a massa dos excluídos com a ameaça de suspender a distribuição das migalhas. O sr. Lula é na verdade o candidato preferido dos directores do FMI, que querem manter as coisas sob controle e minimizar riscos de explosões. Resta a terceira candidatura. Heloisa Helena é uma pessoa digna e o seu candidato a vice-presidente, César Benjamin, autor de A opção brasileira, é um homem intelectualmente bem preparado. A respectiva campanha eleitoral, no entanto, adopta um tom tímido e recuado, com laivos moralistas incidindo em questões acessórias como a corrupção (como se fosse possível haver um capitalismo sem corrupção). A campanha de H. Helena perde assim a oportunidade de exercer uma acção pedagógica e esclarecedora junto ao povo brasileiro pois omite-se ou é vacilante frente aos problemas fundamentais — como a necessidade da ruptura com o imperialismo, da Reforma Agrária, de reverter as privatizações selvagens efectuadas nas últimas décadas; de por em causa a dívida externa que escraviza o país, etc. Tais omissões geram entre as massas a ilusão de que os problemas de fundo poderiam vir a ser resolvidos apenas pela via eleitoral, sem mobilização e intervenção directa do povo a fim de alcançar a democracia económica, a democracia social e a democracia política, libertando-se do seu arremedo marquetizado. Verifica-se que no Brasil nenhum partido de esquerda teve a coragem de adoptar a posição do Partido dos Comunistas Mexicanos, o qual nas presidenciais de 2006 se recusou a apoiar qualquer dos dois candidatos da classe dominante (Calderón e Lópes Obrador) e efectuou uma campanha paralela de esclarecimento e mobilização popular.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Por um voto nulo politizado

>Vote Nulo! Mesmo que votemos em alguém, nosso voto é nulo. Nosso voto sempre foi nulo. Cada vez que votamos, nosso voto é anulado pelo sistema político viciado. Você já votou e viu mudar alguma coisa? As eleições nada mudam. A cada ano, é mais do mesmo. Não votamos nulo para anular a eleição, mas sim como um protesto, um ato de repúdio. Não eleja quem vai te trair. Não sustente esse sistema corrupto. Porque razão os políticos iniciaram uma imensa campanha contra o voto nulo? Ora, porque estão com medo do descontentamento popular. Votar nulo hoje não é mais uma "omissão", mas sim um ato consciente e politizado de repúdio à corrupção e a esse sistema político degenerado, que só atende aos interesses de banqueiros e grandes empresas e deixa o povo a ver navios. Pelo país todo, cidadãos descontentes organizam campanhas pelo Voto Nulo, como um protesto contra toda essa bandalheira. Não se iluda com o discurso mentiroso dos meios de comunicação. Diga não a essa falsa democracia! É hora de reinventar a democracia, uma democracia dos trabalhadores! Proteste! Dê um basta nisso! Vote Nulo! digite 00 e confirme! Por uma Política além do Voto, conheça as propostas

domingo, setembro 17, 2006

Anular o voto, no sistema em que vivemos é um ato inteligente.
Quando votamos em alguém, estamos passando uma procuração para alguém que sequer conhecemos, damos o poder de decidir sobre nossos destinos a quem só tem interesse em si próprio, em enriquecer-se às custas dos recursos públicos, recursos estes que farão falta para uma vida minimamente digna de milhões de pessoas, recursos que, desviados, causam a miséria de milhões de pessoas. E, quando participamos escolhendo um candidato ou nos lançando como candidatos, estamos legitimando esse crime, estamos compactuando com a barbárie, estamos contribuindo para perpetuar os crimes contra a humanidade.
A eleição de representantes só teria sentido se realmente pudéssemos conhecer as pessoas em quem votamos, se não houvesse nenhum tipo de benefício extra aos eleitos, se o voto não fosse obrigatório, se pudéssemos destituir o eleito a qualquer momento, se fosse proibido o financiamento privado de campanha, se fosse proibido o sensacionalismo nas campanhas eleitorais, se fosse proibida a candidatura de pessoas sob investigação de irregularidades ou crimes, se pudéssemos escolher desde o nosso bairro os nossos candidatos, se pudéssemos realmente confiar na boa índole dos candidatos.