domingo, março 23, 2008

Quem bloqueia internet em Cuba é os Estados Unidos e não o governo Cubano

Internet em Cuba
Por Amaury del Valle 23/03/2008 às 09:59


Numa violação crua e real, a Casa Branca impediu a importação direta de computadores produzidos pelos maiores fabricantes...


Estados Unidos bloqueiam Internet em Cuba

A largura de banda «autorizada» à Cuba pela Casa Branca para a conexão à rede de redes é quase igual ao de muitas empresas e inclusive particulares que possuem banda larga em outros países do mundo.

Por: Amaury E. del Valle
( nacional@jrebeldeSEMSPAMSEMSPAM.cip.cu)


Um estudo divulgado recentemente pela revista PCWorld sobre a conexão a Internet em diversos países, afirma que muitos usuários particulares têm acesso hoje mediante pagamento a largura de banda que em ocasiões superam os cem megabytes por segundo (Mbps), graças à extensão das conexões de alta velocidade e a fibra óptica.

Assim, em países como Austrália, Bangladesh, Reino Unido, Itália ou Estados Unidos, as pessoas podem aceder a um serviço de alta velocidade (DSL) com uma velocidade de transferência direta de até 24 megabites por segundo, e inclusive em Noruega ou Japão, por exemplo, alguns usuários particulares têm já conexões de fibra óptica tão rápidas que ultrapassam os cem Mbps.

Indubitavelmente, esta possibilidade de «descarregar» ou «subir» informação desde ou para Internet possibilitou o desenvolvimento de novas prestações como a televisão digital ou a transferência de películas, e no mundo científico facilitou efetuar experimentos on line e até transmitir operações ao vivo. O grande paradoxo do anterior é que um só usuário corporativo ou inclusive particular, em Europa, Ásia ou Estados Unidos, tem hoje uma velocidade de conexão à rede de redes maior que a que tem Cuba, um país com mais de onze milhões de habitantes, que mal tem autorizados, via satélite, para Internet 65 Mbps[1] de largo de banda para a saída e 124 Mbps para a entrada.

De fato, apesar de que Cuba conta hoje com acesso a Internet, esta «autorização» para conectar-se a ela a deu, como se fosse uma dádiva, o governo norte-americano em 1996, e não por boa vontade, senão para explodir a web como uma via mais para promover a subversão interna, o terrorismo e as pressões contra a Revolução.

Desde o surgimento de Internet, Estados Unidos tem torpedeado o acesso de Cuba à rede informática mundial, e ao mesmo tempo desatou uma feroz campanha contra a Revolução acusando-a de não dar liberdade de conexão à mesma. Em realidade, por culpa das leis do bloqueio, o país não pode conectar-se aos canais internacionais de fibra óptica que passam bem perto de suas costas, e tem que o fazer via satélite, o que é mais caro e limita consideravelmente este recurso. Ademais, cada vez que Cuba tenta adicionar um novo canal a Internet, a contraparte estadounidense deve obter a licença apropriada do Departamento do Tesouro de Estados Unidos.

De modo similar, se uma companhia norte-americana quer abrir-lhe um novo canal a Cuba ou decide aumentar a velocidade da conexão, igualmente deve expedir-se uma licença. Isso explica o por que da «estreiteza de banda» que temos os cubanos, pela política hostil do governo norte-americano, e também porque, ante esta realidade, a nação decidiu priorizar a conexão à rede de maneira organizada para garantir um uso social da mesma, e que possa ser utilizada adequadamente por médicos, cientistas, estudantes, profissionais, personalidades da Cultura, empresas, centros de investigação e muitos mais. Esta estratégia, reconhecida por organismos internacionais como um modelo a seguir pelos países em desenvolvimento, possibilitou que hoje existam mais de 1 370 lugares virtuais sob o .cu, 940 000 usuários de correio eletrônico e outros 219 000 de Internet, tudo o qual se multiplica em centos de mais milhares se se tem em conta o caráter social de muitas destas facilidades, que permite que um mesmo ponto de conexão seja utilizado por várias pessoas, ao igual que sucede com uma conta de correio eletrônico.

CERCO BRUTAL

Apesar de toda sua propaganda a favor do desenvolvimento tecnológico para diminuir a brecha digital e do livre acesso às novas tecnologias, os governos norte-americanos bloquearam o acesso de Cuba a estas ou entorpecido seu uso durante décadas, desde o próprio triunfo da Revolução.

Numa violação crua e real, a Casa Branca impediu a importação direta de computadores produzidos pelos maiores fabricantes mundiais destes dispositivos, como Intel, Hewlett Packard, IBM ou Macquintosh. Inclusive, para obter uma delas, o país deve pagar até um 30 por cento mais de seu valor real, ao não poder ser adquirida diretamente em seu maior mercado mundial, Estados Unidos, e ter que pagar altas tarifas de transportación por comprá-las longe.

O bloqueio do acesso às novas tecnologias é duplamente duro por ser precisamente EE.UU. o emporio mundial da tecnologia informática e quem exerce um controle hegemônico sobre a rede de redes, pois em seu solo estão os maiores servidores de Internet. Por se fora pouco, é a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers ICAN, a que provê de direções IP e nomes ao resto do mundo, a que, apesar de ser segundo pregam «uma organização não governamental sem fins de lucro», está sujeita às leis do Escritório Federal para as Comunicações e ao Departamento de Estado de Estados Unidos.

A isto há que lhe agregar que o império norte-americano controla o 50 por cento dos satélites de comunicação e o 75 por cento da rede Internet. Produz o 60 por cento do software de uso mundial e uma só companhia, Microsoft, domina com Windows, o sistema operativo instalado em mais do 90 por cento dos computadores pessoais. o caso da web, o 40 por cento dos navegantes se concentram neste país, e o 80 por cento dos conteúdos difundidos nas páginas web estão em inglês. Igualmente dominam o 85 por cento do comércio eletrônico.

Não é de estranhar então que Estados Unidos tente por todos os meios alçar-se como o paladino da liberdade de expressão e conexão a Internet, pois em realidade procura vender o «modo de vida americano» e converter à rede numa mercadoria, e não no instrumento de desenvolvimento que é em realidade.

WINDOWS LIMITADO

Ademais, os cubanos não têm acesso aos principais programas informáticos, nem sequer ao sistema operativo instalado em quase o 90 por cento dos computadores do mundo: Windows.

Pelas leis do bloqueio não se pode aceder legalmente a programas informáticos de trabalho com textos, imagens, manejo de informação ou programação, tais como Microsoft Office, Adobe Photoshop, ACD See, Internet Explorer, write Express, Borland; ou a software antivirus atualizados como Norton Antivirus, Panda Antivirus ou AVP, entre outros. Por se fora pouco, também viu limitada a aquisição de routers, servidores, cabos e outros equipamentos para melhorar a infra-estrutura de suas telecomunicações, o qual atrasou e encarecido a digitalização telefônica.

Estados Unidos bloqueia sem reparos a descarga de todo tipo de programas informáticos através de Internet para nacionais cubanos, bem pessoas jurídicas ou particulares que pretendam fazer chegar essa tecnologia a solo nacional. Estas limitações são inclusive extraterritoriais, pois muitas vezes envolvem a subsidiárias norteamericanas localizadas em outros países ou a empresas que têm relações com estas.

E não contente com isto, o governo norte-americano estimula, financia e dirige o uso de Internet contra Cuba como um instrumento de desestabilização, agressão e pressão. Para isso brindou aportes monetários consideráveis para a criação e manutenção de uma série de lugares web destinados a promover a subversão interna, ou difamar sobre o que passa no país, numa vã tentativa de desprestigiar à Revolução Cubana no ciberespaço.

[1] Toda ilha tem apenas 65 Mbps de saída para Internet para uso de toda populaçao, serviços públicos, universidades, empresas, hotéis, centro de pesquisas...etc. Essa é uma forma dos informáticos, da comunidade software livre e dos cidadaos do planeta conhecerem, com propriedade, as consequências de um bloqueio econômico criminoso de quase 50 anos a Cuba. Estas desastrosas consequências para a populaçao cubana se manifestam em todas as outras áreas da vida cotidiana deste povo. O bloqueio econômico é muito mais do que um tema econômico, é um tema de direitos humanos, de justiça.

http://twiki.dcc.ufba.br/bin/view/PSL

terça-feira, março 18, 2008

Como dizia o velho profeta barbudo...

Quem é louco?


Há 5 nos, nos chamavam de loucos. "Mas que absurdo, o mercado não pode estar em crise, o capital está se expandindo, as empresas nunca lucraram tanto, o sistema nunca foi tão forte. Daonde vocês tiraram essa sandice?"

Não fomos nós. Foi o velho profeta barbudo, Karl Marx, que ao estudar a dinâmica do capitalismo, demonstrou logicamente que esta sociedade, a sociedade produtora de mercadorias, não é eterna nem tampouco natural (como querem crer os economistas que pensam que o homem das cavernas já trocava mercadorias). Como todas as civilizações, ela tem nascimento, desenvolvimento, apogeu, decadência e desaparição.

O que é o capitalismo? Sociedade produtora de mercadorias. Todos os bens são produzidos e distribuídos na forma de mercadoria. Tudo vira mercadoria, principalmente a terra, os instrumentos de produção sociais e a força de trabalho (isso mesmo, nós proletários, os homens-mercadoria despojados de qualquer propriedade de meios de produção e por isso coagidos a vender nossa força de trabalho, nosso tempo e nossa vida para empresas em troca de um mísero salário). Nem um pãozinho pode ser de graça. Nenhum trabalho pode ser social. Tudo se troca, tudo se compra, tudo se vende. E o drama pior: como temos que vender nossa força de trabalho, quem dela se apropria, nos paga um salário, mas na verdade, produzimos muito mais do que ganhamos em termos de valor. Esse “mais-valor” (a famigerada-mais-valia) é o rabo do cachorro: é o que o faz ficar dando voltas e tentando se abocanhar, num fim em si mesmo irracional. É o motor do desenvolvimento econômico, do turbilhão que devasta os recursos naturais, explora e empobrece bilhões de pessoas, para produzir cada vez mais mercadorias, para aumentar a produção. Produzir por produzir. Mesmo que isso signifique condenar metade da humanidade à miséria do desemprego, outra metade à exploração, e destruir o meio ambiente ameaçando a vida na terra. Sufocar as crianças em pilhas de lixo. E inventar a figura do “mendigo ecológico” que vive do lixo como exemplo de empreendedorismo.

Mas será isso tudo infinito? Além dos limites naturais, essa sociedade também possui seus limites lógicos internos. Para existir, ela precisa sempre se expandir. Parar este movimento significa o colapso. Mas este crescimento tem também seus limites, por algumas razões.

A lógica empresarial é a da concorrência e redução de custos. Isso significa produzir as mercadorias em tempo cada vez menor, com um uso cada vez maior de trabalho morto (máquinas) e menor de trabalho vivo (assalariados). Só que só o trabalho vivo, assalariado, é que pode ser explorado e gerar mais valor do que ele recebe como salário. Isso significa que o aumento do trabalho morto em relação ao trabalho vivo reduz a geração de novo valor a nível global. O número de assalariados aumenta, mas o “trabalho morto” aumenta mais ainda. O valor explorado dos trabalhadores aumenta, mas em proporções cada vez menores. Os lucros crescem cada vez menos e a taxa geral de lucros vai despencando. Cria-se um imenso desemprego. E os que trabalham são cada vez mais explorados.

É claro, esse movimento não é linear. Com crédito, monopólios, ação do Estado, guerras, as empresas conseguem ciclicamente elevar de novo a taxa de lucro. Mas, ao longo da história do capitalismo, a taxa de lucro historicamente despenca, numa tendência inexorável.

Isso significa que o sistema produtor de mercadorias tem limites lógicos. Mas o que seria a atual crise?

Desde 1992, com o colapso do capitalismo de estado do Leste, inaugura-se uma crise geral. O Japão logo quebra em 1992, os Tigres Asiáticos em 1997, o mercado financeiro em 2001. Mas estas crises são atenuadas, pois os EUA compram a superprodução (excedente invendável) destes países e assim, sustentam sua economia. Vide que os EUA compram a maior parte da produção chinesa. Mas isso tem um custo: dar injeções de ar no consumo interno americano. Eis a panacéia do Capital: o sistema de crédito! Financiar consumo com endividamento, financiar produção, que gera capital fictício, números estratosféricos nas bolsas, mas com cada vez menos realidade material. E tudo isso mantido com uma exploração cada vez maior da força de trabalho e fim dos direitos trabalhistas. China é o exemplo!

Mas esta bolha toda tem limites. O sistema de crédito não é infinito, uma hora a realidade cobra caro da ficção. Os EUA financiavam o consumo com hipotecas das casas, numa imensa bolha imobiliária, que acabou de estourar. Com o estouro do sistema de crédito, o pneu furou. O consumo interno dos EUA quebra, e eles param de comprar a produção mundial. China, Índia, Brasil, países exportadores de petróleo (inclusive a Venezuela) vão de rodamoinho junto numa crise global.

As conseqüências desta crise não são previstas ainda. O capitalismo não vai acabar da noite pro dia. Podemos esperar: mais desemprego, salários piores, mais violência, mais guerras, menos direitos trabalhistas, mais exploração e opressão, mais despejos. A reprodução do capitalismo vai ficar cada vez mais difícil. Mas já é hora da humanidade perceber que o mundo não é uma mercadoria, e colocar um limite histórico no autômato enlouquecido do Capital.

Também não resolverá a ação dos Estados, uma vez que com a crise da produção de valor, os Estados Nacionais, que se alimentam e se mantém justamente desse valor, na forma de impostos, entram em crise de financiamento, colapso e são desmontados. Não há saídas para este processo pela via institucional nem pelos seus partidos direcionados à tomada do poder estatal. Mais facilmente as guerras civis urbanas levam os Estados à decomposição, do que se pode esperar uma ação estatal que supere a crise.

Este processo também não significa em hipótese nenhuma que estamos diante de uma nova sociedade emancipada. Pelo contrário, estamos às portas de uma barbárie sem precedentes, e aqui o socialismo se apresenta não como uma utopia, mas como a ação mais realista possível. A humanidade não tem mais nada a perder. Não há mais justificativa, quando se tem meios tecnológicos de uma produtividade brutal, se trabalhar tanto e ainda haver desemprego e miséria. E não há justificativa em se produzir muito mais do que se consome, enquanto há fome e miséria. É preciso reinventar o espectro do comunismo, e erguer uma contestação global contra a ditadura totalitária da mercadoria.



Paulo Marques

segunda-feira, março 03, 2008

Uribe, instrumento dos EUA na América do Sul

por La Jornada
O massacre perpetrado sábado passado pela força aérea da Colômbia na localidade equatoriana de Santa Rosa, onde foram mortos o dirigente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) Raúl Reyes e outros 18 efectivos dessa organização guerrilheira, tem uma ominosa projecção regional, pois com essa acção as autoridades de Bogotá enviaram uma mensagem inequívoca aos seus países vizinhos: o governo do presidente Álvaro Uribe considera que tem direito a levar para além das suas fronteiras a guerra que trava contra o grupo insurgente, independentemente das consequências internacionais, e inclusive talvez para converter a confrontação interna colombiana num conflito aberto com países limítrofes.

Com efeito, os insurgentes colombianos, de acordo com dados disponíveis, não foram mortos no decurso de uma perseguição ou de um combate e sim assassinados enquanto dormiam e se encontravam em território equatoriano. Não é infrequente que as organizações armadas irregulares e clandestinas transitem quando convém, e sem subterfúgios, através das linhas fronteiriças internacionais, como ocorria no sudeste asiático, como sucede hoje em dia com os combatentes curdos da Anatólia e como se passou e continuará a passar-se em tantos outros conflitos internos. Em contrapartida, os governos constituídos têm a obrigação de respeitar o território de outros países, e as normas de convivência internacional assinalam com clareza maneiras e procedimentos diplomáticas para enfrentar a presença de dissidentes armados além das suas fronteiras, sem violentar a integridade territorial e a soberania de outros países. Não é demais recordar que o próprio governo de Washington reprovou o governo turco, um dos seus aliados mais sólidos, pelas incursões militares que este realiza no Curdistão iraquiano.

O governo de Uribe, que conhece perfeitamente as regras mencionadas, cometeu, com plena consciência, uma agressão armada contra o seu vizinho do Sul ao bombardear o acampamento guerrilheiros, e a seguir invadiu o território do Equador para levar o cadáver de Reyes. Em tal circunstância, a expulsão do embaixador colombiano em Quito, [1] decidida na noite passada pelo presidente equatoriano Rafael Correa, está plenamente justificada, torna-se compreensível, assim como a reacção da Venezuela – que compartilha com a Colômbia uma fronteira muito mais extensa e igualmente permeável – de retirar seu pessoal diplomático de Bogotá e ordenar uma deslocação militar ao longo da linha fronteiriça. Estão por ver-se as reacções oficiais do Peru e do Brasil, os outros vizinhos da Colômbia, cujos territórios podem estar sujeitos, também, a incursões como a perpetrada no Equador.

É pouco provável, por outro lado, que as autoridades de Nariño [2] hajam actuado com plena independência ao ordenar o ataque contra os guerrilheiros em Santa Rosa. O presidente Correa falou de um bombardeio realizado "com tecnologia de ponta, seguramente com a colaboração de potências estrangeiras", o que aponta, sem necessidade de maiores interpretações, para os Estados Unidos. Com efeito, a precisão e a pontualidade da agressão permitem inferir a participação na mesma dos serviços de inteligência estado-unidenses.

A julgar pelo seu comportamento no Iraque, onde teima em prolongar a ocupação militar apesar das evidências de que perdeu a guerra, o governo de George W. Bush parece empenhado em deixar como herança aos seus sucessores – democratas ou republicanos – um mundo incendiado. Nessa lógica perversa, não seria estranho que a Casa Branca alentasse Uribe para que este, por sua vez, mergulhasse as regiões andina e amazónica numa escalada de provocações cujo objectivo não seria precisamente a liquidação das FARC e sim a criação de um contexto favorável aos Estados Unidos para agredir belicamente a Venezuela, a Bolívia e o Equador, países que, cada qual à sua maneira, decidiram exercer a fundo sua soberania independência e colocaram-se, com isso, na mira de Washington.

[1] No dia 3, às 17 horas locais, o governo equatoriano anunciou a ruptura das suas relações diplomáticas com a Colômbia.
[2] Nome do palácio presidencial colombiano.

Este editorial encontra-se em http://www.jornada.unam.mx/2008/03/03/index.php?section=opinion&article=002a1edi

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .