sábado, janeiro 26, 2008

Pela eliminação das famigeradas portas giratórias

Todos os dias, à luz do dia, milhões de pessoas são submetidas a constrangimento ilegal pelas portas giratórias instaladas nos bancos, descaradamente e frente a outras milhões de pessoas por testemunha que, em seguida, serão as próximas vítimas, nas filas que se formam atrás dessas portas que são verdadeiras aberrações.

Difícil encontrar alguém que ainda não tenha passado pelo constrangimento de ficar barrado numa dessas portas.

E não é a porta que barra as pessoas, são pessoas que controlam essas portas e que as destravam dependendo da aparência da vítima, numa clara discriminação. Estando bem vestido, dificilmente alguém será impedido de entrar no banco, ainda que a porta trave uma vez e se retire um reles objeto de metal do bolso. Já, o mesmo não acontece se a pessoa não tiver uma aparência que agrade o vigilante que controla a porta giratória. A porta travará, ainda que você se submeta às esdrúxulas regras do banco e retire dos bolsos ou da bolsa todos os metais que estiver portando.

Essas portas são inúteis em se tratando de prevenir assaltos, uma vez que o julgamento da idoneidade da pessoa fica a cargo de outra pessoa, o vigilante que está com o controle remoto na mão. É verdade que a porta trava automaticamento através de sensores eletrônicos que detectam metais, mas o destravamento é manual e submetido à vontade de quem tem poder para fazê-lo.

De antemão, para essas portas, todos somos julgados culpados. joga-se no lixo a presunção de inocência e da boa fé objetiva garantida a qualquer ser humano, inverte-se a lógica do ônus da prova, obrigando a pessoa honesta a provar que é honesta, sob pena de não ter seu acesso permitido ao recinto.

Absurdamente, o movimento sindical bancário, que ironica e contraditoriamente se intitula "sindicato cidadão" é um ferrenho defensor do uso dessas portas giratórias pelos bancos, sob o pretexto de que elas dão mais segurança aos trabalhadores bancários.

Será mesmo que elas dão mais segurança aos bancários? Claro que não! Os sequestros de funcionários e de familiares de funcionários de bancos é uma modalidade de crime que não existia até o advento das portas giratórias; os assaltos a bancos não diminuiram com a adoção das tais portas e o aumento da violência decorrente do estresse causado nas pessoas que indignadas se veem coagidas e constrangidas pelo travamento dessas portas provam o contrário. Provam que, além de ofensivas a vários direitos das pessoas, são ineficientes para a prevenção de assaltos e ainda são responsáveis por violências que só seriam evitadas se o uso dessas portas por parte dos bancos fosse proibido.

Não é utopia

Por Paulo Marques

Somente a formação de Conselhos de trabalhadores, formados por delegados eleitos em assembléias pela base, revogáveis a todo momento, rotativos, não-profissionalizados, sem privilégios, responsáveis perante a base e controlados pela base, é que constitui uma democracia verdadeira, a democracia direta dos conselhos operários.

Utopia? Não! Os Conselhos de fato surgiram, em 1848 na Europa, na Comuna de Paris (1871), na Revolução Russa de 1905, na Revolução Russa (1917-21), na Revolução Ucraniana (1916-20), na Itália e Hungria em 1920, no Brasil em 1917, na Espanha de 1936 a 39 (e chegaram a controlar o país durante esses 3 anos), em Berlim em 1918-1923, na Hungria em 1952-56, em Moscou em 1950, em Berlim em 1945, na França em 1936, na Tcheco-eslováquia em 1968, na França em 1968, na Itália em 1968-69, em Portugal em 1974-76 (nestes dois anos os trabalhadores controlaram 70% da economia portuguesa), no Brasil em 1978-79, na Itália em 1979, no Japão nos anos 60-70, na China em 1968-70, etc etc etc.

A aparição dos conselhos é recorrente, ela sempre volta, é uma tendência natural da classe trabalhadora como forma de luta. Os Conselhos são a própria negação da sociedade capitalista. São a dissolução da administração de empresa, do Estado, das instituições burguesas.

Os Conselhos chegaram a assumir a função de polícia e exército! Isso é o que Marx chamava de Ditadura do Proletariado, uma democracia radical e anti-estatal onde se concentra a verdadeira possibilidade de emancipação dos trabalhadores, onde os trabalhadores, eles mesmos se apresentam e lutam pela sua emancipação, sem intermediários, sem partidos nem dirigentes profissionais.

Os conselhos superaram inclusive os sindicatos, como forma de organização direta. Os sindicatos, nestas situações, foram inimigos mortais dos conselhos de trabalhadores. Ou em raros casos, ajudaram a formar esses conselhos e os defenderam, como foi o anarco-sindicalismo espanhol.

É isso que eu entendo por democracia.... onde os Conselhos podem começar? Podem começar facilmente aonde os trabalhadores comecem a fazer assembléias independentes que não reconhecem nenhuma autoridade externa a eles.
Conclusão: só pode haver democracia onde começar a haver organização no local de trabalho........

domingo, janeiro 20, 2008

A sociedade da ignorância, do medo e da mídia do pensamento único da classe dominante.

Por: Mauro Rodrigues de Aguiar


Todos já devem ter ouvido falar de pensamento único, de mídia, de luta de classes e de política, mas no fundo, ignoram o significado disso tudo. Pois não deveriam ignora-los, afinal essas coisas tem a ver diretamente com os gravíssimos problemas sociais que o mundo vive que, consequentemente interfere na vida individual de cada um.
Mas, existe um problema que é o que acarreta todos os demais problemas e, se é certo que todos gostariam de ver os problemas pelo menos minorados, todos devem saber qual é esse problema e que, só a partir da tomada de consciência sobre qual é esse problema que puxa todos os outros problemas é que a sociedade poderá começar a trilhar um caminho no rumo certo da solução de todos os demais problemas.
O primeiro e principal problema a ser resolvido – e cada um tem de procurar resolve-lo, primeiro em si próprio, individualmente - é o problema da ignorância.
A verdade é que ninguém é ignorante porque quer, ninguém passa fome porque quer, ninguém tem problemas na vida porque quer, assim como também é certo que tudo pode ser mudado para melhor para si e para todos a partir da tomada da consciência sobre esse primeiro problema a ser solucionado.
Por que o problema da ignorância é o primeiro problema a ser solucionado? Resposta: porque a ignorância é o principal problema, é a ignorância que cega a compreensão de todos os demais problemas que temos que enfrentar, até a construção de um mundo melhor para todos. Como solucionar o problema da ignorância? Resposta: primeiramente, temos que combate-la em nós mesmos e, em seguida incentivar as pessoas de nosso círculo de influencia, colegas, amigos e parentes a faze-lo também. Como combater a ignorância em nós mesmos? Resposta: procurando ser autodidatas, ou seja, procurando ampliar nossos conhecimentos por conta própria, lendo, ouvindo e vendo de tudo, de direita e de esquerda, sem exceção, não esperando que todo conhecimento de que precisamos nos seja dado pela escola, levando em consideração mesmo que a escola tem um currículo e metodologia, impostos pelo estado e dirigidos à manutenção do sistema político ideológico responsável pela perpetuação dos atuais problemas e, por isso seu objetivo é perpetuar a ignorância e não nos libertar dela. O mesmo vale para a mídia escrita, falada e televisiva. O estado e seus apêndices (a escola, os poderes, a igreja e principalmente os Meios de Comunicação de Massa) sabem muito bem que manter o povão na ignorância e tirar-lhe o chão debaixo dos pés, é desarma-lo completamente e torna-lo tutelável, vulnerável, dependente.
Portanto, a partir de hoje, procure ajudar a construir uma sociedade mais justa, jogue a ignorância no lixo da história, aprenda a “filtrar”, analisar todas as informações que lhe chega, persiga mais e mais o conhecimento. Lembre-se que, se vivemos num mundo com tantas desigualdades sociais, tanta violência cega, e tantos desmandos impunes de “autoridades” é porque vivemos e nos acomodamos na ignorância e acabamos aceitando como verdades as mentiras da mídia do pensamento único da classe dominante.

sábado, janeiro 12, 2008

Insanidade midiática

INSANIDADE

Fico profundamente indignado com o simulacro de jornalismo que temos hoje. Clovis Rossi e todos os demais “articulistas” de jornais críticos mordazes ao reconhecimento de guerrilhas políticas como as FARC-EP e o ELN como movimentos insurgentes por motivos políticos e não como criminosos comuns, desprovidos de qualquer objetivo político-social, parecem não se dar conta da dimensão da injustiça que cometem; injustiça e fomentação da injustiça maior ainda do que o seqüestro em si efetivados por esses movimentos insurgentes.

Agindo assim, essa mal disfarçada imitação de órgãos de imprensa e de jornalismo, parece não querer promover a paz, mas sim perpetuar a guerra. O caminho em direção à paz exige em primeiro lugar esse reconhecimento, exige que se diga a verdade sobre os fatos que originaram a criação desses movimentos, exige que se diga que esses homens e mulheres das FARC-EP e do ELN são heróicos guerrilheiros que abriram mão de uma vida “normal” como qualquer ser humano tem direito, por uma vida em inóspitas selvas, em condições sub-humanas, não por um desejo masoquista mas por circunstâncias que não foram eles que criaram, por uma guerra que não foram eles que declararam e que eles jamais desejaram.

Quem, além da crítica e da recusa em reconhecer as FARC e o ELN como movimentos políticos, envereda pelo campo da mentira, comparando-as com máfias de traficantes, de criminosos cruéis desprovidos de qualquer sentimento de amor, de qualquer ideário de justiça, fomenta ainda mais a guerra e a injustiça. Esses movimentos não existiriam se não fossem as injustiças sociais - perpetradas pela política tradicional - que assolam a humanidade e, sutilmente, mantém milhões de reféns das desumanas regras capitalistas.

A verdade é que os movimentos guerrilheiros como as FARC-EP e o ELN lutam pela paz para todos, contra a pior das violências que é a violência da fome perpetrada pelo estado contra a qual elas apenas viram a necessidade de se insurgir em armas para se defender – com o nobre objetivo de derrotar - numa guerra já declarada a muitos e muitos anos pelo estado contra os trabalhadores, para enfim implantarem a igualdade.

Quem, como essa imprensa reacionária e seus “articulistas”, apenas propaga o ódio, inventando mentiras contra os heróicos insurgentes revolucionários, contribui enormemente para a perpetuação dessa guerra contra a injustiça e da violência da fome, combustível desses movimentos insurgentes, que inevitavelmente acaba por vitimar milhares de pessoas.

Assim como os heróicos guerrilheiros das FARC-EP, do ELN e de todos os militantes socialistas, comunistas ou anarquistas que lutam contra as imposições violentas do capitalismo, tenho esperança ainda que algum dia a humanidade conquiste a paz, apesar da força dos desonestos meios formadores da opinião pública que estão na trincheira dos algozes nesta guerra suja e desigual.

Em defesa da Paz e da Justiça Social, contra a violência estatal, procuremos fomentar a paz e não a guerra. A guerra a ninguém beneficia. A imprensa tem um papel fundamental para que a humanidade possa atingir esse objetivo.

domingo, janeiro 06, 2008

Se há desigualdade econômica, não pode haver democracia...

Onde prospera a desigualdade econômica jamais poderá prosperar a democracia, a justiça e a paz.

Onde prospera a desigualdade econômica, prospera a ditadura de poucos abastados sobre muitos parasitados pelos abastados.

Onde essa situação impera, a busca da paz passa inevitavelmente, mais cedo do que tarde, pela rebelião dos despossuidos contra os abastados.

Onde impera a desigualdade econômica jamais haverá solução para os despossuidos seguindo as regras sociais impostas pelos abastados.

Mais cedo do que tarde se rebelarão os despossuidos que, por maior e mais bem estruturado que seja o aparelho repressor montado pelos abastados, não conseguirão deter essa rebelião.

Os abastados criam e divulgam amplamente ambições novas a todo momento em busca de mercado, e na ganância cega se esquecem que milhões de seres humanos que passam fome, estão sendo induzidos a também adquirir essas ambições, a qualquer custo.

Esse é o germem da sua auto-destruição que traz o capitalismo, a adaga que perfurará seu próprio coração.