A mentalidade oficial sugere, pela voz dos meios de comunicação de massa, que o povo não deve fazer política e que, fazer política é só para os políticos. A disseminação dessa falsa mentalidade só interessa a quem tem o poder nas mãos, mas não quer dividi-lo com o povo; a quem está por cima no sistema capitalista e assim quer continuar sem que seja incomodado pelo enorme contingente de desfavorecidos dessa sociedade injusta. Injusta, por ser capitalista.
Da mesma forma, a mentalidade oficial sugere, por meio dos mesmos veículos de comunicação de massa, que vivemos numa democracia, quando, na realidade, vivemos uma ditadura dos ricos contra os pobres, ou seja, de uma minoria que detém o poder estatal, econômico e de comunicação de massa contra uma maioria que tem apenas e tão somente sua força de trabalho para vender aos ditadores ao preço que eles decidirem pagar. Portanto, essa falsa mentalidade de que vivemos numa sociedade democrática também só interessa aos que tem o poder nas mãos.
Disseminam também que todos somos iguais perante a lei; mas, aí eu pergunto: quem faz as leis? E, eu mesmo respondo: são os mesmos que usam o poder que tem para dar tudo aos amigos e “o rigor da lei” para os outros.
Ameaçam, aterrorizam, intimidam, punem, reprimem as atividades políticas do povo. Disseminam que as únicas atividades políticas possíveis para o povo são, protestar pacificamente e votar, como se apenas nisso se resumisse a democracia, pois sabem que protestos pacíficos e voto não ameaçam a ordem social imposta que sustenta sua ditadura sobre os despossuidos.
Mas, todo esse estado de coisas só é possível porque o enorme contingente de desfavorecidos, sem teto, sem terra, sem escolas, sem saúde, sem justiça, sem política tomam por verdades essas falsas mentalidades oficiais de que o povo não deve participar da política; de que, política é coisa para políticos e ao povo cabe apenas resignar-se; de que os trabalhadores não devem fazer greves, os estudantes não devem ocupar reitorias, e de que os excluídos não devem ocupar terras.
Mortos estão os que acreditam ser possível estar vivos e não fazer política. Quem se cala diante da barbárie capitalista e de suas tantas falsas mentalidades oficiais disseminadas, já está a fazer política, porém é a política do opressor que fazem ao se calarem. Muitos vão além, não se calam, mas tudo que falam é para criticar ou tentar desmotivar os que lutam por todos os oprimidos contra as falsas mentalidades oficiais, ou seja, fazem política ativa contra si mesmos e contra a humanidade.
Pois bem. No exercito de desfavorecidos mudos e distantes da política que a mentalidade oficial sugere, pela voz da imprensa capitalista, muitos preferem permanecer no conforto que suas posições lhes proporcionam; são os que não se solidarizam com colegas que optam por passar da resignação à indignação e da indignação à ação; são os que ainda não perceberam que é impossível estar vivos e não fazer política e que a omissão é, sim, uma atitude política, mas conveniente apenas para quem tem o poder nas mãos; são os que querem tapar o sol com a peneira, fingem não notar as enormes injustiças de um sistema que incita o “ter” mas não permite que todos “tenham”, são aqueles que perderam a capacidade de se indignar com os desmandos dos poderosos que usam o estado para dar tudo aos amigos e “a lei” para os outros.
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