Resposta ao artigo de Reinaldo Azevedo "A pluralidade e a revolução dos idiotas"
Embora eu não concorde com a linha editorial da “Folha”, o que me mantém como assinante do jornal é a pluralidade de opiniões publicadas em Tendências/Debates e no Painel do Leitor, por isso atrevo-me a responder ao conteúdo do artigo de Reinaldo Azevedo (A pluralidade e a revolução dos idiotas – Tendências e Debates, de 15/10).
Primeiramente, se para o autor, quem vive na pele a exclusão social e luta com as armas enferrujadas de que dispõe contra ela é idiota, não seria também idiota quem se nega a enxergar a realidade e a lógica das coisas.
O artigo em questão, assim como toda matéria publicada na imprensa dita “oficial”, peca por abordar apenas as conseqüências dos males da sociedade ao invés de abordar suas causas. Nesse quesito o artigo do Reinaldo Azevedo extrapolou todos os limites.
É bom lembrar ao articulista da "Veja" que a existência da desigualdade social é apenas a conseqüência, cuja causa é a ideologia que ele deixou claro que defende nas linhas de seu texto.
Na concepção de Reinaldo Azevedo, sou também um dos idiotas que defendem a revolução que permita não a mera existência, mas a igualdade de oportunidades para uma existência digna de cada ser humano.
Não é surpreendente a posição do jornalista e articulista, o que surpreende é a mediocridade da argumentação de alguém que se apresenta como jornalista. Nesse quesito o Ferréz dá de dez a zero na mediocridade jornalística do articulista da “Veja”.
O mal de todos que defendem o atual sistema de valores que permite a mera existência das pessoas é não se importar com a qualidade dessa existência e achar que a solução está na eficiência da repressão policial para calar a boca do seu principal produto - os excluídos.
Mal sabem que não há repressão que consiga conter uma lei da física: "A toda ação corresponde uma reação".
Maldosamente, Reinaldo Azevedo diz em seu texto que o bairro do Capão Redondo é produto do Ferréz. Saiba o articulista que o bairro do Capão Redondo não é um produto do Ferréz, mas sim do sistema de valores que o próprio articulista defende, que produz também jornalistas cínicos, políticos corruptos e uma elite parasita e reacionária.
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