Empresas autuadas doaram R$ 550 mil nas últimas eleições. Entre os
beneficiários, dois governadores, cinco deputados federais e três senadores*
Tarciso Nascimento Empresas autuadas pelo Ministério do Trabalho por manter trabalhadores em condições análogas à de escravo ou como co-responsáveis por esse tipo de
exploração contribuíram com R$ 550 mil para a campanha de 16 políticos nas
últimas eleições. Encabeçam a lista dos beneficiados dois governadores,
cinco deputados federais e três senadores. Também receberam doações outros
cinco candidatos que fracassaram nas urnas.
É considerada condição análoga à escravidão a situação em que o empregador
não paga o salário do trabalhador e ainda retém a carteira de trabalho do
empregado. Desde 1995, 21.538 pessoas foram resgatadas nessas condições em
todo o país. Só no ano passado, 3.266 brasileiros mantidos em trabalho
escravo foram libertados, segundo o Ministério do Trabalho.
Sergipe, Marcelo Deda (PT), da governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), e
dos deputados federais reeleitos Eunício de Oliveira (PMDB-CE), Olavo
Calheiros (PMDB-AL) e Abelardo Lupion (PFL-PR) e dos novatos Giovanni
Queiroz (PDT-PA) e Dagoberto Nogueira Filho (PDT-MS). Também foram
financiados o senador reeleito José Sarney (PMDB-AP) e os senadores José
Maranhão (PMDB-PB) e Garibaldi Alves (PMDB-RN), que disputaram sem sucesso a
eleição para governador. Os dois, no entanto, ainda têm mais quatro anos de
mandato.
O levantamento realizado pelo *Congresso em Foco* cruzou informações do
Ministério do Trabalho com as prestações de contas dos candidatos no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Juntas, a Siderúrgica do Maranhão
(Simasa); a Siderúrgica Gusa Nordeste; a Agropecuária Mirandópolis; a
Pinesso Agropecuarista e a Jorge Mutran Exportações e Importações doaram R$
262 mil aos parlamentares eleitos. Já a Viena Siderúrgica S/A contribuiu com
R$ 50 mil para dois candidatos que não se elegeram (veja a
relação).
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