domingo, fevereiro 18, 2007

Acusados de trabalho escravo financiaram 16 políticos

Empresas autuadas doaram R$ 550 mil nas últimas eleições. Entre os
beneficiários, dois governadores, cinco deputados federais e três senadores*
Tarciso Nascimento Empresas autuadas pelo Ministério do Trabalho por manter trabalhadores em condições análogas à de escravo ou como co-responsáveis por esse tipo de
exploração contribuíram com R$ 550 mil para a campanha de 16 políticos nas
últimas eleições. Encabeçam a lista dos beneficiados dois governadores,
cinco deputados federais e três senadores. Também receberam doações outros
cinco candidatos que fracassaram nas urnas.
É considerada condição análoga à escravidão a situação em que o empregador
não paga o salário do trabalhador e ainda retém a carteira de trabalho do
empregado. Desde 1995, 21.538 pessoas foram resgatadas nessas condições em
todo o país. Só no ano passado, 3.266 brasileiros mantidos em trabalho
escravo foram libertados, segundo o Ministério do Trabalho.
Sergipe, Marcelo Deda (PT), da governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), e
dos deputados federais reeleitos Eunício de Oliveira (PMDB-CE), Olavo
Calheiros (PMDB-AL) e Abelardo Lupion (PFL-PR) e dos novatos Giovanni
Queiroz (PDT-PA) e Dagoberto Nogueira Filho (PDT-MS). Também foram
financiados o senador reeleito José Sarney (PMDB-AP) e os senadores José
Maranhão (PMDB-PB) e Garibaldi Alves (PMDB-RN), que disputaram sem sucesso a
eleição para governador. Os dois, no entanto, ainda têm mais quatro anos de
mandato.
O levantamento realizado pelo *Congresso em Foco* cruzou informações do
Ministério do Trabalho com as prestações de contas dos candidatos no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Juntas, a Siderúrgica do Maranhão
(Simasa); a Siderúrgica Gusa Nordeste; a Agropecuária Mirandópolis; a
Pinesso Agropecuarista e a Jorge Mutran Exportações e Importações doaram R$
262 mil aos parlamentares eleitos. Já a Viena Siderúrgica S/A contribuiu com
R$ 50 mil para dois candidatos que não se elegeram (veja a
relação).

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Socialismo ou Barbárie

Socialismo ou Barbárie:
Sobre a violência generalizada na sociedade


Creio que todos os meus colegas de trabalho saibam que defendo o Socialismo como sistema ideal de governo. Provado está que o Capitalismo, sistema hegemônico hoje no mundo, como sistema de governo em quase todos os países, não atende as necessidades humanas mais básicas das populações, muito pelo contrário: aprofunda a humanidade cada vez mais no caos das guerras, da fome, da miséria completa para mais de um terço da população mundial, além de não se impor limites na degradação da natureza mesmo sabendo que a própria natureza tem seus limites. Tudo em nome da acumulação de Capital e concentração de riqueza para uma ínfima minoria da população mundial, como foi comprovado numa recente pesquisa que mostrou que apenas 2% da população mundial concentra 95% da riqueza produzida. Assim como a natureza tem seus limites, a população humana também tem seus limites de esgotamento da paciência e isso fica expresso na violência cega, generalizada e sem ideologia que vemos todos os dias. Todos os dias somos testados em nossa paciência e indignação quando vemos no noticiário a escalada da violência entre os próprios integrantes das camadas exploradas da população que chega às raias da barbárie completa. Marcou demais nessa semana a crueldade de bandidos que para assaltar uma família no Rio de Janeiro, arrastaram um garoto de apenas seis anos de idade por sete quilômetros, preso ao cinto de segurança do carro. Este inominável caso de violência extrema é bastante simbólico e mostra claramente a urgência em se repensar as relações humanas, a educação, a distribuição da riqueza, a necessidade de se dar condições de vida digna a todos para que fatos como esse não voltem a acontecer. O grau da atrocidade cometida neste caso precisa nos levar a questionar como um todo o sistema social capitalista em que vivemos, a causa, e não apenas os seus efeitos. Uma coisa é certa, discutir apenas a reformulação das leis penais, a instituição da pena de morte, a redução da maioridade penal, aumento da repressão à criminalidade, etc. são insuficientes e não levarão a reduzir a escalada da violência porque ela é, por mais trágica que seja, parte do quebra cabeças do sistema capitalista. Infelizmente, as forças de segurança do estado capitalista jamais serão suficientes para reduzir ou mesmo frear a escalada da violência cega e generalizada que faz de todos nós hoje vítimas e culpados ao mesmo tempo.